O Observatório de Monitoramento Azul e Branco da Nicarágua disse na quarta-feira que uma onda de violações dos direitos humanos está em andamento no país centro-americano, faltando cinco dias para o quarto aniversário dos protestos massivos contra o regime de Daniel Ortega.
Esta organização conta “29 incidentes relacionados a violações de direitos humanos entre segunda-feira, 11 de abril e terça-feira, 12 de abril”, incluindo “sete assédios” e “seis prisões” de pessoas que expressaram sua rejeição a Ortega, incluindo quatro músicos.
O Blue and White Monitoring também relatou 11 ataques a famílias da oposição, quatro ameaças e uma “judicialização”.
Por sua vez, a Articulação dos Movimentos Sociais (AMS), que reúne cerca de 60 organizações comunitárias, apelou à dissidência para denunciar a violência e o abuso de poder e também pediu à comunidade internacional que fique de olho no que está acontecendo na Nicarágua.
“Pedimos urgentemente a solidariedade cidadã e a denúncia coletiva e em massa dessas novas expressões de violência e abuso de poder, bem como o fortalecimento das medidas de segurança. Exortamos a comunidade internacional e as organizações de direitos humanos a manter um olhar atento sobre a situação na Nicarágua e a continuar exigindo a liberdade dos presos políticos e a restauração da democracia”, disse a AMS.
As incursões e prisões de opositores ocorreram periodicamente na Nicarágua desde as manifestações antigovernamentais em 2018.
A última onda de ataques e prisões chegou ao fim em novembro passado, durante as eleições gerais em que Ortega foi reeleito para um quinto mandato, quarto consecutivo e segundo com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, e com sete de seus oponentes na prisão.
Nas últimas duas semanas Murillo insistiu que os protestos contra o marido “nunca mais voltarão”.
Em 2018, os nicaraguenses se levantaram em protestos antigovernamentais massivos que, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), deixaram pelo menos 355 mortos e milhares de pessoas presas, das quais 181 permanecem na prisão, além de mais de 100.000 no exílio.
(Com informações da EFE)
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