Em 31 de março de 2022, o historiador Javier Lara Bayón denunciou através de suas redes sociais a manipulação não autorizada de um mural na Capela da Ex Hacienda de Arroyozarco em Aculco, Estado do México. Pouco depois, o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) anunciou que a intervenção da obra de arte centenária seria oficialmente suspensa.
Em sua conta no Twitter, o historiador acusou o fato com indignação:
Ele comparou o acabamento inicial que, diz, havia deixado por restauradores profissionais em 1997, com o feito pelo jovem artista. Ele também destacou que o trabalho “que pode estar prejudicando irreversivelmente esse patrimônio” continuava no momento em andamento.
Na denúncia de Lara Bayón, além de expressar sua tristeza com a situação, ele convocou Luis Antonio Huitrón Santoyo, diretor do Estado do INAH no México, e Diego Prieto, diretor-geral do INAH, para deter o ataque que estava ocorrendo no local para o qual ele mesmo, disse sentir um carinho especial, um sentimento que o fez até mesmo fazer para escrever um livro intitulado “Arroyozaco. Porta interior.”
Poucas horas depois, o pessoal especializado na conservação de monumentos históricos e assuntos jurídicos, anexado ao Centro INAH, realizou uma visita de inspeção à Capela da Antiga Fazenda em Arroyozarco, na qual confirmaram que foi realizada uma intervenção para a qual não houve autorização de qualquer natureza. É por isso que eles decidiram prosseguir suspendendo as obras.
Em um Boletim Informativo, o INAH soube dos danos que foram vistos inicialmente no mural devido ao manuseio incorreto do material:
A instituição comentou que, nos próximos dias, especialistas em conservação e restauração do Centro do Estado do México do INAH começarão a realizar um diagnóstico detalhado da intervenção, bem como a proposta de indenização por danos.
Eles também garantiram que as autoridades eclesiásticas locais e a Diocese de Atlacomulco se comprometeram a atender aos requisitos do INAH, a fim de evitar maiores danos às estruturas do patrimônio, que, segundo eles, são uma parte importante da história do Caminho Real de Tierra Adentro.
A capela da fazenda de Arroyozarco, anteriormente dedicada a Nossa Senhora de Loreto, é um edifício do século XVIII construído por monges jesuítas, em cujo local restos de pintura mural do século em que foi construído foram descobertos em 1997. Entre esses restos estava o leilão barroco que o artista interveio.
A era vice-real deixou no México uma variedade inestimável de cultura e patrimônio artístico. É o caso do Real de Tierra Adentro, a rota que liga a antiga Tenochtitlan, hoje Cidade do México, com a fronteira norte, passando por cidades como Querétaro, Zacatecas, Durango e Chihuahua.
A área de Aculco, com 44 mil habitantes, está localizada nesta rota, declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2010. Até 60 destinos pelos quais circulava também gozam dessa classificação internacional.
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