O congressista Alex Flores Ramírez (Perú Livre) apresentou uma queixa constitucional contra o Provedor de Justiça, Walter Gutiérrez, perante a Subcomissão Parlamentar de Indiciações Constitucionais. O motivo apresentado pelo legislador foi por um suposto “abuso de autoridade” diante dos constantes pronunciamentos contra o presidente Pedro Castillo.
Flores Ramírez argumentou que Walter Gutiérrez vem emitindo críticas constantes e julgamentos politizados há algum tempo, que “excedem seus poderes em detrimento dos princípios democráticos”.
Ele disse que, embora a Constituição Política estabeleça que a Provedoria de Justiça tem o poder de supervisionar o cumprimento das atribuições da administração pública, o chefe dessa entidade estaria excedendo suas prerrogativas e divulgando declarações infundadas na imprensa.
Portanto, por meio da denúncia, ele solicitou sua demissão e desqualificação de ocupar cargos públicos por dez anos.
“No fim de semana (Walter Gutiérrez) exigiu a demissão do chefe de Estado, argumentando uma série de conceitos de natureza pessoal e usa a Ouvidoria para atacar o governo do dia. E não são eventos isolados, mas um padrão de comportamento, que não perde quanta oportunidade tem de expressar opiniões nas quais mostra uma postura política contra o presidente da República”, disse o congressista peruano Libre à RPP Noticias.
JUSTIFICATIVA DO DEPUTADO
No documento da denúncia, o deputado Alex Flores justificou a sua ação afirmando que o advogado tem “agido em seu próprio nome para favorecer um determinado setor político que alega que o Presidente da República não cumpre o mandato constitucional para ocupar o cargo pelo período de cinco anos”.
Ele observou que Gutiérrez violou o artigo 39 da Constituição, que menciona que “todos os funcionários públicos e trabalhadores estão a serviço da Nação”. Além disso, ele mencionou que violou o artigo 36 do Código Penal, sobre abuso de autoridade.
“Neste caso ele tomou um partido para a renúncia presidencial; isto é, isso não pode acontecer em uma ouvidoria, porque ele é um defensor de todos os peruanos, não apenas daqueles que pedem demissão e, portanto, ele está usando indevidamente esta nobre instituição para dar opiniões pessoais, políticas, tendenciosas”, disse em um entrevista com a RPP Noticias.
“Já tendo esse preconceito tendencioso em favor da renúncia, não acho que seria fiador em nome de todos os peruanos. Portanto, o que estamos pedindo aqui é que o Senhor se limite a cumprir as funções de Ouvidoria, lembrando que ele é o defensor de todos os peruanos, não apenas um setor que não concorda com o Governo”, acrescentou.
O PROVEDOR DE JUSTIÇA PEDIU A DEMISSÃO DE PEDRO CASTILLO
O incidente mencionado pelo legislador, onde o Provedor de Justiça optou por solicitar a renúncia de Pedro Castillo, ocorreu após o toque de recolher em 5 de abril e todos os resultados das manifestações na capital. Além disso, após esse evento, os protestos contra a paralisação das operadoras continuaram e o número de mortes aumentou.
Por si só, por meio de um documento divulgado em 9 de abril, Walter Gutiérrez fez um pedido ao presidente para renunciar.
“A renúncia é uma forma de solução para a qual os ex-líderes se voltaram quando perceberam a gravidade da crise e compreenderam que eles mesmos eram um obstáculo para encontrar uma saída”, afirma o documento.
Por isso, e para salvaguardar os direitos fundamentais e a administração pública, “o Gabinete do Provedor de Justiça exige que você () realize um ato responsável perante o país e leal à Constituição, procedendo à demissão do cargo para iniciar um curso de saída desta grave crise”.
O chefe da instituição também lembrou que, desde que Castillo chegou ao poder, eles alertaram repetidamente que as disposições da Constituição e da ordem jurídica não estavam sendo respeitadas.
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