Comissão de Paz do Senado se reunirá em Puerto Leguizamo, Putumayo

Os congressistas convocaram o ministro da Defesa, Diego Molano, para participar da sessão a ser realizada no município onde 11 civis morreram em uma operação militar.

A Comissão de Paz do Congresso da República se reuniu de forma extraordinária nesta quarta-feira para discutir as conclusões da operação militar em Puerto Leguizamo, Putumayo. Os membros decidiram se mudar para o território e organizar uma sessão especial no município.

A notícia foi divulgada pelo senador Roy Barreras por meio de sua conta no Twitter. “Acabamos de aprovar na Comissão de Paz ir a Putumayo para ouvir as vítimas do último massacre, reunir informações para um próximo debate e fazer uma presença e expressar condolências aos parentes dos mortos em nome do Estado colombiano diante da indolência do executivo”, escreveu o congressista.

Na sessão especial, prevista para os dias 20 e 22 de abril, eles convocaram o ministro da Defesa, Diego Molano, o comandante do Exército, general Luis Fernando Navarro, e o comissário de paz Juan Camilo Restrepo. Eles também convidaram o Procurador-Geral, Francisco Barbosa; o Provedor de Justiça, Carlos Camargo; o chefe da ONU sobre Direitos Humanos; e o da Missão de Acompanhamento do Processo de Paz da OEA, Roberto Menéndez.

Por sua vez, o senador Antonio Sanguino reiterou a convocação do gerente de portfólio por meio de suas redes sociais. “Convocamos o MinDefensa Diego Molano para competir com o General Navarro e Zapateiro. A comunidade internacional também foi convidada”, comentou em um trinado.

Deve-se lembrar que os detalhes da operação em Puerto Leguizamo foram conhecidos recentemente. Os meios de comunicação El Espectador, Vorágine e Revista Cambio viajaram até o local da vila de Alto Remanso e coletaram evidências e depoimentos mostrando que a operação se transformou em um massacre contra civis inocentes.

A mídia indicou que os 11 civis foram apresentados como supostos dissidentes das FARC pelo Ministério da Defesa. Notável é a morte de Brayan Santiago Pama, menor de 16 anos; Ana María Sarrias, uma mulher grávida; Divier Hernández, presidente do Conselho de Ação Comunitária; e Pablo Panduro Coquinche, Governador Indígena do Kicwa Bajo Remanso Cabildo.

Em contexto: Qual é a verdade sobre a operação do Exército em Putumayo, onde 11 civis morreram?

Embora as organizações sociais e a própria comunidade apontem que o evento seria um 'falso positivo', o Ministério da Defesa, o comandante do Exército Nacional, general Eduardo Zapateiro, e o próprio presidente Iván Duque mantêm a posição de que a operação foi realizada com todos os protocolos de direito internacional humanitário (DIH). Eles também enfatizaram que o Gabinete do Procurador-Geral da Nação está realizando a respectiva investigação.

A situação em Chocó

Além da proposta que foi aprovada para uma sessão em Putumayo, a Comissão de Paz também deu luz verde para viajar para Chocó devido ao aumento da violência no departamento.

O prefeito de Quibdó, Martín Emilio Sánchez, disse que até agora este ano ocorreram 61 homicídios no município em atos relacionados a quadrilhas criminosas. “Essa situação está além da capacidade administrativa que temos, responsabilizamos o governo nacional pelo que continua acontecendo em nossa cidade”, declarou o presidente local e garantiu que a administração de Duque “não se importou com nada do que aconteceu em Chocó”.

Na sequência das suas declarações, o Governo implementou medidas que têm uma ampla capacidade das forças de segurança para abordar esse contexto. Embora Sanchez tenha saudado o compromisso do governo com o patrulhamento aéreo e terrestre, a legislatura considerou que a situação exigia a audiência pública que convocaram.

Nesse caso, Molano também foi citado junto com o ministro do Interior, Daniel Palacios. Por sua vez, foram convidadas as autoridades de Quibdo e do departamento, o Procurador-Geral, o Provedor de Justiça e a Procuradora Margarita Cabello.

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