Nos últimos dias no país, houve diferentes reclamações sobre as alianças que alguns grupos criminosos estão fazendo em algumas áreas do país para acentuar seu poder. A última denúncia foi divulgada pelo Noticas RCN, que teve acesso a informações de inteligência que garantem que o Clã do Golfo estaria criando novas alianças recrutando membros de dissidentes das FARC para atacar as forças de segurança em Bajo Cauca e algumas áreas de Urabá e Chocó.
A razão que as autoridades dão para entender esta nova união é que o Clã do Golfo está interessado no conhecimento que militantes do grupo ilegal que constrói dispositivos explosivos têm, a fim de realizar diferentes golpes terroristas em alguns territórios do país.
“Impedir o avanço da inteligência por parte da polícia e das forças militares, bem como atacar policiais em alguns lugares onde estamos realizando operações contra os principais líderes”, denunciou o general Jorge Luis Vargas, diretor da Polícia Nacional, aos meios de comunicação nacionais.
De acordo com as alegações, a razão pela qual eles teriam o conhecimento é porque são liderados por ex-membros e líderes das extintas FARC, que se preparavam há muitos anos na vida criminosa, como Iván Mordisco e Gentil Duarte.
“Entre suas funções estão a localização de explosivos, a extorsão, a organização de atividades nos campos que, devido à sua experiência de guerrilha, ajudam a dar instruções”, disse o General Vargas.
Outra área em que tais acordos foram denunciados é no departamento de Nariño, na área de Iscuandé, onde os cidadãos denunciaram que a Segunda Marquetalia, juntamente com o ELN e o grupo paramilitar, criaram alianças para ganhar domínio sobre o território.
De acordo com os moradores, os atores armados deixaram claro que estão dispostos a fazer qualquer coisa para conquistar território, tornando os habitantes da área os mais afetados, pois sofrem diferentes tipos de intimidação e violência nas mãos de grupos ilegais.
Um porta-voz da comunidade que pediu para permanecer anônimo disse à Blu Radio, que ele mantém testemunhos de cidadãos que tiveram que viver com ansiedade com a intimidação de atores armados e que eles serão entregues à ONU e ao Gabinete Nacional do Provedor de Justiça. Os documentos e gravações que sustentam a denúncia demonstrariam o comportamento de grupos e acordos que exacerbam a violência no território e que seu objetivo é recuperar o controle da área, que é conhecida pelos criminosos como uma das rotas mais importantes para o transporte de drogas e armas.
Um caso semelhante de alianças entre atores armados no país foi divulgado há algumas semanas pela Human Right Watch. A organização observou em seu último relatório que as Forças Armadas venezuelanas são cúmplices diretos do Eln em suas operações na fronteira que compartilha com a Colômbia, onde busca derrotar outros grupos armados para assumir o controle desses territórios e das rotas do narcotráfico. As conclusões do documento resultaram de uma investigação conduzida por meio de depoimentos de pessoas deslocadas pela violência no departamento de Arauca e no estado venezuelano de Apure.
O documento aponta que o conflito armado entre as FARC e os dissidentes do Eln começou a se intensificar desde 1º de janeiro e gerou múltiplas violações de direitos humanos, como: desaparecimento forçado, assassinatos, deslocamento e outros crimes.
“Membros das forças de segurança venezuelanas, que foram implicados em violações de direitos humanos que levaram a investigações internacionais sobre supostos crimes contra a humanidade, realizaram operações conjuntas com membros do Eln e foram cúmplices de seus abusos”, diz o documento da ONG, que também exigiu que as medidas necessárias fossem tomadas, pois as comunidades eram as que estavam sendo afetadas pela violência que havia sido exacerbada nos últimos anos.
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