Com informações de Karina Hernández
Uma marcha foi realizada em protesto contra a morte de Sofía Morales, um jovem que morreu depois de chegar ao Bar Marvelous em Sexta-feira à tarde, 8 de abril, onde se presume que ela foi drogada com uma substância que posteriormente lhe custou a vida. Daniel Morales, irmão mais velho de quem era estudante na UNAM High School 4, disse à Infobae México seu testemunho.
As investigações já estão em andamento sob o protocolo de feminicídio, de acordo com a Procuradoria Geral da Cidade do México. O caso foi tratado pelo departamento especializado na investigação de crimes. Sofi, como foi referida por sua família e amigos, tinha 17 anos, era ativista pelos direitos das mulheres e dos animais.
“Ainda estamos aguardando resultados toxicológicos, ainda estamos aguardando testemunhos e informações. Não gostaria de dificultar a investigação porque também é nosso dever, enquanto cidadãos, dar às autoridades um voto de confiança. Sei que é cansativo, mas gosto de acreditar que pode haver uma mudança por causa disso, uma oportunidade para as autoridades fazerem seu trabalho da melhor maneira”, disse Daniel.
Seis anos separados um do outro não foi suficiente para evitar um relacionamento próximo entre irmãos. Com pleno conhecimento de sua irmã mais nova, Daniel teve orgulho de contar quais eram os interesses e garantiu que, de acordo com os ideais de Sofia, ele espera que em algum momento eles sejam alcançados coletivamente.
“A causa que Sofi sempre defendeu foi a luta pelo feminismo e pelos animais. Ele era a pessoa mais empática que eu conheço, que eu conhecia. Para ela, espero que realmente haja uma mudança. Os feminicídios podem não acabar da noite para o dia, mas pode haver passos para que amanhã seja um a menos e depois de amanhã um a menos, até chegarem a dias em que as mulheres possam sem medo da rua”, disse.
A mobilização ocorreu apenas um dia depois que o chefe do poder executivo, López Obrador, deu seu primeiro relatório trimestral sobre seu quarto ano de mandato. Nele, reconheceu o aumento de 15% nos casos de feminicídio registrados durante sua atual administração do que acusou: “pode não ter sido qualificado como está agora”.
“Hoje sinto uma grande dor e sei que a luta da minha irmã valerá cada passo. Só peço que se saiba o que aconteceu, peço que haja justiça se necessário, que o caso dela seja ouvido porque ela era uma ativista incrível e admirável. Dou a eles um voto de confiança para que as autoridades façam as coisas melhor do que ontem. A violência de gênero no México é uma questão que deve ser observada, que deve ser analisada e que é nossa responsabilidade como cidadãos torná-la visível.
“As mulheres não deveriam estar lutando para chegar lá e voltar (para casa) todos os dias. Eu sei que se Sofi estiver em algum lugar, ela tomará o máximo de cuidado possível com todas as suas irmãs e todos aqueles que estavam com ela hoje, e que eles sempre estarão lá para ela. Que eles vão defendê-la e a causa com suas vidas”, disse o irmão com a voz quebrada.
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