O ditador venezuelano recebeu esta terça-feira o rapper argentino Daniel Devita, na cimeira contra o fascismo realizada no palácio de Miraflores.
Durante sua apresentação, Davila propôs ao autocrata interpretar parte de seu tema intitulado “Venezuela” no evento. A canção lançada em 2019, é um rap político em que questiona o presidente encarregado do país, Juan Guaidó, o “imperialismo”, a mídia e os artistas que defendem a democracia na Venezuela.
“Hoje foi a minha vez de fazer uma crônica. Mas, mais recentemente sobre 2019, sobre alguns colegas que se prestam a infâmias, operações, golpes e interferências e os disfarçam de arte e música”, exclamou o rapper como introdução.
“Quem foi que derrubou Zelaya em Honduras? Quantas vezes você repudiou a ditadura com voz alta? Quantas vezes você viu Peña Nieto em tapas e durante o tempo dele você postou algo sobre Ayotzinapa no seu Facebook? Quantas vezes você viu comentários no Twitter sobre o Haiti? Foto sobre fome e hospitais em seu país? Você está horrorizado com a forma como os aborígines são assassinados no Chile? Ou na Argentina as demissões que são milhares? Não. Fazemos parte da arte da fraude”, cantou Devita.
Conforme o ato avança, Maduro e os presentes são observados batendo palmas na tentativa de seguir o ritmo da música.
“Se o problema não é o jugo, é Maduro. O problema mais difícil quando me levanto cedo é a injeção de ódio que brota do pódio sobre o qual ele fala demais, mas não dá nome ao petróleo”, continua o rapper.
Em sua interpretação, Devita também questionou as sanções econômicas contra o país sul-americano.
“O que os Yankees, os Yankees têm. Se eles não o tiverem, eles fazem reféns e há as pessoas que sofrem com o bloqueio vil”.
Devita concluiu sua apresentação censurando o envio de ajuda humanitária à Venezuela e descartando o papel do presidente do país, Juan Guaidó.
“Cinismo de ajuda humanitária sem presidentes, ridículo como Guaidó jogando presidente.”
A letra completa da música também inclui censuras aos colegas que defenderam a restauração da democracia na Venezuela.
“Prostituta não é quem vende seu corpo. Prostituta é o artista que se presta a isso. Eles montam Montaner e Diego Torres no palco, Pena que esses caras deixem a Argentina”, diz.
Da mesma forma, o rapper ataca em sua canção contra o ex-presidente Donald Trump.
“Pena que o Pato Donald fez as contas. Como é feio vê-lo como ele se desenrola em áreas que ele acha que conhece acostumadas ao monopólio. Ele não entende que há pessoas que não se vendem para o diabo. Que a Venezuela tem a herança mais preciosa, mais bolas do que coltan e mais ovários do que petróleo”, continua.
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