Zelensky rejeitou uma reunião em Kiev com o presidente alemão por causa de suas ligações com o gasoduto russo Nord-Stream

Frank-Walter Steinmeier pretendia viajar junto com o presidente polonês Andrzej Duda, mas o presidente ucraniano se opõe a uma reunião

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KYIV, UKRAINE - FEBRUARY 03:  Ukrainian President Volodymyr Zelensky speaks to the media during a joint press conference Turkish President Recep Tayyip Erdogan after their meeting on February 03, 2022 in Kyiv, Ukraine. The two leaders discussed the current situation surrounding a Russian military invasion of Ukraine as Russian troops mass along the Russian-Ukrainian border.  (Photo by Chris McGrath/Getty Images)
KYIV, UKRAINE - FEBRUARY 03: Ukrainian President Volodymyr Zelensky speaks to the media during a joint press conference Turkish President Recep Tayyip Erdogan after their meeting on February 03, 2022 in Kyiv, Ukraine. The two leaders discussed the current situation surrounding a Russian military invasion of Ukraine as Russian troops mass along the Russian-Ukrainian border. (Photo by Chris McGrath/Getty Images)

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou-se a receber uma visita a Kiev de seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, por causa de suas ligações com o gasoduto alemão-russo Nord Stream, o esteio da atual dependência energética alemã de Moscou.

Steinmeier pretendia viajar para a capital ucraniana junto com o presidente polonês Andrzej Duda, de acordo com relatórios do diário alemão Bild.

A ideia veio de Duda, que queria acrescentar à missão os presidentes dos países bálticos, e teve que ser concretizada hoje, durante a visita oficial do presidente alemão a Varsóvia.

No entanto, de acordo com aquele jornal, Zelensky se recusou a recebê-lo por causa das ligações passadas de Steinmeier com a construção daquele gasoduto.

Infobae

O próprio presidente alemão reconheceu há algumas semanas o seu “erro” de apreciação, por ter defendido em seu tempo como ministro a necessidade de realizar este projeto.

Steinmeier foi ministro da Chancelaria sob o social-democrata Gerhard Schröder, entre 1999 e 2005, e depois chefe dos Negócios Estrangeiros da conservadora Angela Merkel, entre 2005 e 2009 e também entre 2013 e 2017.

Em seu primeiro mandato, o então chanceler Schröder e seu aliado político, o presidente russo Vladimir Putin, assinaram o acordo para a construção do primeiro gasoduto, que entrou em operação em 2011. Este acordo foi selado em 2005, poucos meses antes de Schröder deixar o poder, que então chefiou o conselho Nord-Stream, cargo que ainda ocupa.

Em 2011, depois que o primeiro gasoduto se tornou operacional, foi acordado construir o Nord Stream 2 para aumentar o transporte direto de gás russo para a Alemanha através do Báltico. Esse segundo projeto foi mantido de pé pela decisão de Merkel e seus então parceiros, os sociais-democratas Steinmeier, apesar da anexação da Crimeia em 2014.

O atual chanceler, o social-democrata Olaf Scholz, suspendeu a licença para o arranque do segundo gasoduto após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro. No entanto, rejeita um embargo imediato às importações de gás da Rússia por causa de sua forte dependência energética de Moscou.

Tanto a Ucrânia quanto a Polônia criticaram essa posição alemã, pela qual mantêm Schröder, como impulsionadora do acordo, e Merkel, responsável por estendê-lo, e Scholz, por não decidirem romper esses laços.

(Com informações da EFE)

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