As autoridades russas prenderam um homem colombiano em 11 de abril por supostamente “espalhar informações falsas” sobre as Forças Armadas daquele país nas redes sociais.
De acordo com a agência de notícias Tass, o colombiano se tornará o primeiro estrangeiro a responder pela lei das “notícias falsas” que está em vigor desde o início deste ano.
A agência informou que o colombiano capturado foi identificado como Alberto Enrique Girlado Saray e residia em Moscou, para onde enviava notícias contra o exército russo.
Giraldo enfrentará uma multa de 3 e 4 milhões de rublos (US$37.300 e US$62.300) ou pagará 10 anos em uma prisão russa, informou a agência de notícias estatal.
Por seu lado, o The Wall Steet Journal citou fontes policiais russas e afirmou que a acusação se concentra na disseminação de informações falsas em colaboração com 'cúmplices que também estão sendo identificados'.
Por enquanto, a embaixada colombiana em Moscou não disse nada sobre a prisão de Giraldo.
Por seu lado, a agência Interfax sustentou que a porta-voz do Tribunal Basmanni de Moscou, Yekaterina Buravtsova, recebeu um pedido das autoridades para “aplicar ao cidadão colombiano Giraldo Sarai Alberto Enrique a medida cautelar de prisão”.
O código penal da Rússia alerta que pessoas consideradas culpadas de espalhar mentiras nas redes sociais sobre as Forças Armadas russas podem ser condenadas a até 15 anos de prisão.
As penalidades para publicar esse tipo de notícia serão de 700.000 rublos ($7.403) a 1,5 milhão de rublos ($14.423). Se, no delito, uma pessoa abusar de seu cargo ou de um grupo de pessoas por meio de “provas artificiais”, “com fins lucrativos” ou “por razões de ódio ou inimizade política, ideológica, racial, nacional ou religiosa”, a multa seria de 3 milhões de rublos (28.846 dólares) a 5 milhões de rublos (48.077).
Nesse caso, o prazo de prisão pode ser entre 5 e 10 anos. As penalidades podem chegar a entre 10 e 15 anos de prisão se essas ações acarretarem consequências graves.
Desde o início de sua ofensiva na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia proibiu inúmeras mídias e redes sociais locais e estrangeiras Facebook, Instagram e Twitter em seu território. O grupo americano Meta foi classificado como “extremista”.
Mas essa não é a única arma do regime russo contra a imprensa. Em 6 de abril, foi proposta uma lei autorizando o Gabinete do Procurador-Geral a fechar os meios de comunicação nacionais e estrangeiros por uma variedade de razões.
Isso incluiria a cobertura da invasão da Ucrânia que se desvia da linha oficial ou que desacredita as forças armadas russas e suas ações na Ucrânia. Tudo isso seria punível por ser considerado “fake news”.
O procurador-geral também poderia fechar um meio de comunicação estrangeiro na Rússia simplesmente em retaliação ao fechamento de um meio de comunicação russo em outro país.
A aprovação do projeto requer três leituras na Duma do Estado (a câmara baixa); a aprovação do Conselho da Federação (a câmara alta); e a assinatura do presidente Vladimir Putin. O processo pode levar meses ou dias, dependendo da ânsia das autoridades em aplicar as novas restrições.
O governo russo impôs restrições sem precedentes à cobertura da guerra na Ucrânia.
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