O Controlador Geral da República, Nelson Shack, compareceu ao Congresso em 11 de abril. Na ocasião, ele informou que 12.700 vacinas perdidas foram registradas em Lima, uma vez que não foram aplicadas antes da data de validade.
Shack foi apresentado na segunda-feira à Comissão Especial de Acompanhamento de Emergência e Gerenciamento de Desastres COVID-19 do Parlamento e anunciou que em maio eles iniciarão verificações subsequentes para identificar os responsáveis pela dose expiração.
“Em uma verificação do que está acontecendo em Diris Lima, detectamos que os frascos foram abertos para 19.000 doses, mas 12.700 foram perdidos, eles não são aplicados. Não somos um país rico o suficiente para estar desperdiçando recursos”, alertou.
Além disso, a controladora enfatizou que, apesar da preocupação que a entidade demonstrou em evitar que as vacinas da AstraZeneca expirassem, foram detectadas 8.580 doses expirando nas Direções Regionais de Saúde de San Martín, Tacna e Madre de Dios.
“310 doses expiradas também foram encontradas na unidade de saúde Andrés Araújo, em Tumbes, e havia até quase 30 mil vacinas para expirar em abril”, disse.
Diante dessas novas informações, a Controladoria voltou a expressar sua preocupação com o desperdício de vacinas. Shack destacou que o Perú não é um país rico o suficiente para desperdiçar os recursos representados pelas vacinas e pediu a gestão atual do Ministério da Saúde (Minsa) para revisar o assunto em detalhes.
“Isso é algo que vamos investigar para poder colaborar na avaliação que a Minsa certamente fará sobre essa questão, já que a Controladoria não tem competência legal para discutir a questão do encolhimento”, disse.
EX-MINISTRO RECONHECEU VENCIMENTO DE APENAS 8 MIL DOSES
O ex-ministro da Saúde Hernán Condori havia reconhecido a expiração de algumas doses da vacina. No entanto, ele só reconheceu que eles ganharam 8 mil 580.
“O Perú recebeu 1,6 milhão de doses que expiraram em 28 de fevereiro. Desse milhão 600 doses, 8.580 doses expiraram, mas um milhão como dizem, não isso”, esclareceu.
“É falso que existam 6 milhões de doses das vacinas da Sinopharm vencidas. Temos menos de 5 milhões e meio de doses que expirarão entre outubro de 2022 e outubro de 2023”, acrescentou o ministro na conferência de imprensa de 24 de março, na sequência do Conselho de Ministros.
Condori havia indicado que 2,4 milhões de doses da AstraZeneca chegaram nos dias 22 e 23 de dezembro de 2021, que expirarão em 31 de março. Por outro lado, outros lotes de 3 milhões de doses do mesmo laboratório chegaram nos dias 1 e 3 de março e expirarão em 30 de abril.
“Durante quase toda a pandemia, lotes com datas de vencimento próximas a dois meses ou dois meses e meio foram recebidos”, explicou.
JUSTIFICA A DESACELERAÇÃO DA VACINAÇÃO EM QUE A POPULAÇÃO TEM MENOS MEDO DO VÍRUS
Da mesma forma, diante de questionamentos sobre a desaceleração da vacinação em 22 de março, Condori justificou a situação afirmando que antes era muito fácil vacinar a população porque “havia um grande número de mortes, as pessoas vinham e as vacinações eram de 24 horas e foram enfileiramento.”
“Agora, já que você não vê isso... Um pouco também está do nosso lado como cidadãos. Como ministro, sou responsável por obter vacinas, 780 mil doses, cuido do pagamento da equipe; mas peço à população que vá aos centros de vacinação, vamos completar nossas doses para que amanhã depois possamos remover nossas máscaras e ser abraçados toda a família e amigos. Aqui a luta pertence a todos, às autoridades e à comunidade”, enfatizou o chefe da Minsa.