Óscar Ugarte, ex-ministro da Saúde no governo de Francisco Sagasti, considerou que seria uma decisão prematura abandonar o uso obrigatório de máscaras para evitar COVID-19 em locais públicos no Perú, como alguns congressistas já estão propondo.
“Acho prematuro considerar não usar mais a máscara. Outros países fizeram isso no ano passado e tiveram uma recaída. Os países europeus apresentaram quarta, quinta e sexta vagas, no caso da Alemanha, e tiveram que adotar medidas cautelares, como o caso do uso da máscara”, disse em entrevista à RPP.
“Atualmente, existem países que, de fato, relaxaram amplamente as regras, porque sua realidade é diferente, seu nível de vacinação é muito maior e, portanto, a proteção é garantida em um nível superior. Essa não é a situação no Perú ou na maioria dos países do hemisfério sul”, acrescentou.
Além disso, ele destacou que o Ministério da Saúde está confundindo a população, fazendo-o acreditar que duas doses da vacina seriam suficientes para combater a COVID-19, o que teria causado a queda da taxa de imunização.
“A mensagem tem que ser muito clara e reforçar a ideia de que é necessária uma terceira dose. Nas semanas anteriores, até o presidente da República e o primeiro-ministro disseram que estávamos bem, porque estávamos tomando as duas doses, essa é a mensagem errada. Após a segunda dose, o efeito é perdido, o terceiro é necessário, é a principal mensagem que deve ser direcionada à população. Até agora apenas 40% da população-alvo tem três doses”, disse.
ELES PLANEJAM NÃO USAR MÁSCARAS
Note-se que, em meados de março, um grupo de congressistas enviou uma carta ex officio ao presidente da Conselho de Ministros, Aníbal Torres, para cancelar o uso obrigatório da máscara em espaços abertos. Além disso, pediram que o cartão de vacinação não fosse mais apresentado para entrar em instituições ou estabelecimentos comerciais.
A carta foi emitida em 15 de março e teria sido iniciativa do parlamentar da Avanza País Alejandro Cavero. Além disso, ele também tem as assinaturas de seus colegas Patricia Chirinos, Adriana Tudela, Norma Narrow, Alejandro Muñante, entre outros.
“A população recebeu com grande entusiasmo o levantamento de uma série de restrições, a retomada das aulas presenciais e as medidas que permitem que as atividades econômicas sejam realizadas sem proibições. No entanto, consideramos que algumas medidas permanecem alheias à situação atual”, lê-se no documento.
Nele, os congressistas argumentam que esse levante teria um impacto positivo na recuperação econômica do país e “no retorno progressivo a uma vida diária saudável e produtiva”.
COVID NO LADO NEGATIVO
O último relatório emitido pela Minsa, em 9 de abril de 2022, no Perú registrou os resultados de 33.186 pessoas amostradas, das quais 178 foram confirmados casos positivos de covid-19; enquanto 5 pacientes morreram naquele dia do vírus.
Além disso, até às 22:00 horas do dia 9 de abril, foram processadas amostras para 29 milhões de 204.946 pessoas devido à covid-19, obtendo 3 milhões 551.540 casos positivos confirmados e 25 milhões 653.406 casos negativos.
Até o momento, existem 1.216 pacientes internados por COVID-19, dos quais 395 estão na UTI com ventilação mecânica.
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