O governo falou sobre o futuro do ex-presidente Alberto Fujimori, afirmando que respeitará o que foi ordenado pelo Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que solicita o não cumprimento da decisão do Tribunal Constitucional a favor da pessoa condenada pelo massacre de Barrios Altos e La Cantuta. O anúncio foi feito por meio do chanceler César Landa.
“Por resolução da Corte Interamericana, o Perú deve abster-se de implementar a decisão da Corte Constitucional de 17 de março de 2022, que ordenou 'restaurar' os efeitos do perdão de 24 de dezembro de 2017 concedido a Alberto Fujimori, uma vez que não cumpriu o que foi ordenado pela Interamericana Tribunal”, descreveu em suas redes sociais.
Recorde-se que Alberto Fujimori estava prestes a recuperar a liberdade após o voto de quatro juízes do Tribunal Constitucional. Ernesto Blume, José Luis Sardón e Augusto Ferrero, sendo este último o presidente do órgão deram o voto final contra os três contra representados por Manuel Miranda, Marianella Ledesma Narváez e Eloy Espinosa-Saldaña.
“Especificamente, (o TC não cumpriu) as condições determinadas na Resolução sobre Supervisão da Execução de Sentenças de 30 de maio de 2018", disse o ministro das Relações Exteriores após ouvir a resolução da CIDH escrita após uma audiência pública virtual em 1º de abril, onde ouviu os familiares do vítimas dos casos Barrios Altos e La Cantuta, bem como o Estado peruano e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
“O Estado peruano deve abster-se de aplicar a sentença proferida pelo Tribunal Constitucional peruano em 17 de março de 2022, que restaura os efeitos do perdão 'por razões humanitárias' concedido a Alberto Fujimori Fujimori em 24 de dezembro de 2017, devido ao não cumprimento das condições determinado na resolução da supervisão do cumprimento das sentenças de 30 de maio de 2018”, disse o Tribunal.
REAÇÕES APÓS A RESOLUÇÃO
A ex-candidata presidencial e filha do ex-presidente preso rejeitou o que foi anunciado pela CIDH. “Recebemos essa notícia com muita dor, por causa do que eles estão fazendo com nosso pai. Tínhamos um pouco de esperança de que a CIDH, como fez da última vez, mantivesse a liberdade de meu pai, mas esta é a segunda vez que ele fica profundamente decepcionado”, disse à mídia.
Momentos depois ele questionou o anúncio, citando o atraso no processo que permitiria que Fujimori fosse libertado da prisão. “Sinto que isso não é justiça, sinto que não são direitos humanos. É absolutamente injusto para uma pessoa que está absolutamente doente e que é um homem idoso”, disse.
Os fujimoristas e suas toupeiras vão me odiar por dizer isso, mas eu tenho que dizer: 'O corrupto e o criminoso não sairão da prisão! A CIDH exige que o Perú suspenda sua libertação'”, disse o ex-candidato presidencial e futuro candidato a prefeito de Lima, Daniel Urresti. O ex-congressista Richard Arce lembrou que o Estado peruano é assinante da CIDH, por isso deve respeitar sua decisão, apesar do fato de que o mais alto órgão de interpretação da Constituição determina o contrário.
De acordo com o deputado Wilmar Elera, os candidatos a magistrado do Tribunal Constitucional reconheceram as instâncias supranacionais de justiça às quais o Perú está vinculado. “Ninguém disse o contrário, o que significa que eles conhecem o direito internacional”, disse ele sobre os seis eleitos pela comissão especial como elegíveis para ingressar no TC.
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