Existem 10 requisitos que o chefão e ex-líder do Clã do Golfo submeteu às autoridades nas horas anteriores à sua transferência para o território dos Estados Unidos, alguns dos quais sem precedentes neste tipo de esforço.
De acordo com uma reportagem especial publicada pelo canal NOTICIAS RCN, 'Otoniel' exigiu que ele tenha relações sexuais com seu parceiro em centros de detenção nos Estados Unidos, entre outros pedidos incomuns.
Outra é ser visitado por familiares, esposa e filhos, além de ter visto para entrar nos Estados Unidos, e ter acesso irrestrito a visitas à prisão com ele.
A reportagem apontou que o pseudônimo 'Otoniel' pede para não permanecer isolado da população carcerária da qual fará parte; este, em parte, é um pedido mais extenso e é que ele seja autorizado a manter sua pena de prisão para não exceder o tempo necessário para que ele se adapte à sociedade.
Outro pedido está relacionado ao respeito pelos seus Direitos Humanos: ele pede para não ser submetido a tortura, tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e para evitar o confinamento, o que poderia afetar sua psique enquanto ele estiver em território americano.
Ele também esclareceu que não pede para ser tratado de forma desigual por causa de sua nacionalidade e ter tempo suficiente para manter conversações com seus advogados, a fim de preparar os argumentos legais de sua defesa perante os juízes daquele país.
Finalmente, de acordo com NOTICIAS RCN, o apelido 'Otoniel 'exigia não ser extraditado para outro país que não os Estados Unidos, sem consentimento expresso, bem como do governo colombiano. Nesse sentido, ele pediu para não ficar confinado às Unidades de Habitação de Segurança, o que seria consistente com seu pedido de não ser isolado dos outros prisioneiros com quem dividiria nas prisões americanas.
Os pedidos de apelidos 'Otoniel' coincidem com uma carta enviada às vítimas de Urabá agrupadas no movimento 'We are Genesis' em que ele lhes assegura que “está sendo encenado um plano para trazer a verdade” aos Estados Unidos.
O documento, que abrange cinco páginas, foi revelado em 10 de abril pela Comissão Inter-Igrejas para Justiça e Paz e mostra a intenção do criminoso de impedir sua extradição para o país dos Estados Unidos.
O criminoso indicou que sua extradição só deve ocorrer até que ele termine de testemunhar no país sobre os fatos relacionados ao conflito e se submeta à Jurisdição Especial de Paz (JEP).
Otoniel diz que está comprometido com a reparação das vítimas há algum tempo, já que desde 2014 busca chegar a acordos com os governos do dia para se desmobilizar. Nesse sentido, ele aproveitou a carta para assumir sua responsabilidade como autor e agradecer às vítimas por ouvi-lo.
Da mesma forma, ele destacou que não só ele e as Forças de Autodefesa Gaitanistas da Colômbia (AGC), também conhecidas como Clã do Golfo, que era a organização que ele comandava, têm responsabilidade no conflito. Ele disse que é necessário que as elites políticas e econômicas assumam sua parte justa em assuntos como a promoção do paramilitarismo e a “eliminação do outro” com vistas a “perpetuar-se no poder”.
De acordo com Otoniel, são essas elites que procuram extraditá-lo. Ele afirma que foi logo depois que ele começou a falar sobre o general (r) Leonardo Barrero, ex-comandante das Forças Militares, e suas ligações com o Bloco Centauros da AUC (de acordo com o ex-chefe paramilitar).
Para esta série de marcos, Otoniel também mencionou na carta que pedirá ao presidente Iván Duque que “não aja com espírito de vingança”, mas que o faça com um sentido de pátria e como estadista. Ele pedirá que o presidente aceite os pedidos das organizações de vítimas que garantam que é importante que Otoniel responda à justiça colombiana e não ao sistema de justiça americano, que a solicita por terrorismo e tráfico de drogas.
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