O referendo e o plebiscito são dois mecanismos da chamada democracia direta que foram inventados em várias sociedades e são praticados em lugares como Suíça, Finlândia e alguns outros, onde a sociedade e as organizações da sociedade buscam favores populares para promover iniciativas na frente e através o eleitorado muda a relação entre eles e os cidadãos.
O caso da revogação do mandato é uma coisa completamente diferente. É uma iniciativa promovida pelo governo do governo. É o presidente que quer que esse referendo ocorra e, ao contrário do nome que tem, a revogação não é um repensar da revogação, mas a questão só dá origem a uma única possibilidade, que é ratificar o mandato do presidente.
Isso realmente não faz sentido a não ser aumentar e promover a popularidade do presidente e mobilizar as pessoas, provavelmente, em antecipação a futuras eleições; as deste ano ou as de anos depois.
O ponto básico é este: as iniciativas da democracia popular, da democracia direta, são projetadas para serem societais. No México, sendo do governo, o que estamos fazendo é simplesmente promover uma causa governamental, para a qual o presidente tem todos os instrumentos do mundo começando com suas “manhãs”.
Consequentemente, votar neste referendo, nesta revogação de mandato, é uma má ideia. É uma má ideia porque não está nos dando a opção; está nos dizendo “ou você me ratifica ou me ratifica”, e isso não é uma abordagem, isso não é uma opção, isso não é uma dissidência desejável ou atraente para o país, para o governo ou para o futuro do México.
O que importa nessas circunstâncias é criar condições para termos mecanismos como esses, para que a sociedade realmente comece a participar e a ser protagonista do desenvolvimento do México. Temos uma eleição muito importante em 2024, como diria o clássico “Mãe de Todas as Batalhas”, por que não nos concentramos nisso? por que não nos concentramos em criar condições para um futuro que é muito diferente daquele que existia no passado e muito diferente daquele que existe no momento?
* Luis Rubio é presidente do Conselho Mexicano de Assuntos Internacionais e o México avalia o CIDAC
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