Shehbaz Sharif, o homem por trás da queda do primeiro-ministro do Paquistão

Se sua eleição como novo PM for confirmada, o líder da oposição ocupará o poder por apenas um ano, até meados de 2023, quando uma nova eleição geral está marcada

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FILE PHOTO: Leader of the
FILE PHOTO: Leader of the opposition Mian Muhammad Shehbaz Sherif, brother of ex-Prime Minister Nawaz Sharif, gestures as he speaks to the media at the Supreme Court of Pakistan in Islamabad, Pakistan April 7, 2022. REUTERS/Akhtar Soomro/File Photo

Shehbaz Sharif, irmão do líder paquistanês exilado e ex-presidente Nawaz Sharif, foi oficialmente eleito pela aliança de partidos da oposição no domingo como candidato para ocupar o lugar do primeiro-ministro deposto Imran Khan, que perdeu uma moção convulsiva de censura na noite passada.

A Assembleia Nacional (NA, Câmara Baixa) elegerá amanhã segunda-feira o novo primeiro-ministro, uma votação que Shehbaz Sharif, presidente da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), tem todas as cédulas para vencer com o apoio dos partidos da oposição.

Sharif então formará um governo de coalizão com o opositor Partido Popular do Paquistão (PPP), Jamiat Ulema-e-Islam (F), e o Muttahida Qaumi Movement-P, que foi crucial para abandonar sua aliança com o governante Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), pressionando pelo triunfo da moção de censura contra Khan.

Se sua eleição for confirmada, Sharif manterá o poder por apenas um ano, até meados de 2023, quando novas eleições gerais estão marcadas.

A aliança da oposição foi descrita pelos líderes do PTI como uma união “profana” que, segundo eles, nem durará até as próximas eleições.

SUA VEZ

Apesar de décadas de excelente carreira política, Shehbaz Sharif sempre permaneceu à sombra de seu irmão, o três vezes primeiro-ministro do Paquistão e chefe máximo do PML-N Nawaz Sharif.

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Nawaz, que dominou sozinho a cena política paquistanesa, nunca deu espaço ao irmão em seus governos, e Shehbaz teve que se estabelecer como chefe de governo na província de Punjab.

No entanto, a desqualificação política de Nawaz, condenado por corrupção em 2018, e seu subsequente exílio, deixaram Shehbaz no topo da linha de sucessão da Liga Muçulmana e, assim, tomou o bastão da oposição que o coloca muito perto de governar o país.

A mídia paquistanesa relatou repetidamente no passado um suposto atrito de poder entre Shehbaz e Nawaz, que vê sua filha Maryam Nawaz Sharif como sua herdeira política, contesta que a família Sharif sempre negou.

A ORIGEM

Nascido em 1951 em uma família de industriais na capital de Punjab, Lahore, sua carreira no serviço público começou como presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Punjab em 1985, onde mais tarde ingressou na política ativa seguindo seu irmão mais velho.

Ele foi eleito três vezes como membro da Assembleia Provincial de Punjab, e em 1997 foi eleito chefe do governo provincial, cargo que abandonou após o golpe de Estado de 1999 do general Pervez Musharraf, que forçou ele e seu irmão Nawaz a fugir do país.

Ambos retornaram ao Paquistão em 2007 e, em 2013, após uma nova vitória para o PML-N, Shehbaz foi reeleito chefe de governo do Punjab até 2018.

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O líder da oposição tem a distinção de ser o chefe de governo mais antigo na província de Punjab, tendo ocupado o cargo três vezes.

Nas eleições de 2018, mesmo ano em que Khan foi eleito, Shehbaz ganhou um assento na Assembleia Nacional e foi eleito como líder da oposição.

LAVAGEM DE DINHEIRO

Em 2019, o National Accountability Office (NAB) congelou 23 propriedades pertencentes a Shehbaz Sharif e seu filho, Hamza Sharif, sob a acusação de lavagem de dinheiro.

O líder da oposição foi preso pelo mesmo caso em setembro de 2020 e sete meses depois a Alta Corte de Lahore concedeu-lhe uma medida de fiança.

Apesar disso, Shehbaz se distingue por ser um administrador firme e eficiente.

Em 2018, seu irmão Nawaz foi condenado a dez anos de prisão sob a acusação de corrupção. Mais tarde, ele foi libertado sob fiança e foi para o exterior para tratamento médico.

(com informações da EFE)

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