Os EUA antecipam mais “atrocidades” e atos de “brutalidade” contra civis ucranianos sob o comando do novo general russo

Altos funcionários da Casa Branca reagiram à chegada no comando da ofensiva russa de Alexandr Dvornikov, endurecida na guerra síria e atual chefe do distrito militar do sul

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No domingo, os Estados Unidos interpretaram a nomeação de um novo general russo para coordenar a guerra na Ucrânia como um sinal de que mais “atrocidades” e atos de “brutalidade” contra civis ucranianos estão por vir.

Altos funcionários da Casa Branca reagiram à chegada ao comando da ofensiva russa de Alexander Dvornikov, endurecido na guerra na Síria e atual chefe do distrito militar do sul, que inclui a península ucraniana anexada da Crimeia.

“Este general, em particular, tem uma história que inclui brutalidade contra civis em outros cenários, na Síria, e podemos esperar mais do mesmo neste cenário”, disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano Joe Biden.

Em entrevista à CNN, Sullivan previu que Dvornikov “será mais um autor de crimes e brutalidade contra civis ucranianos”.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também disse em entrevista à Fox News que o general russo “é responsável por atrocidades” na Síria, dizendo que sua nomeação implica que haverá uma “continuação” de tal “brutalidade” na Ucrânia.

A Rússia nem sempre divulga suas mudanças de comando militar e não confirmou que confiou esse novo papel a Dvornikov, que fez sua fama na Segunda Guerra Chechena (2000), a disputa que levou o presidente Vladimir Putin ao poder.

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São fontes americanas e ocidentais que relataram a mudança de comando na ofensiva russa na Ucrânia, agora concentrada na região leste de Donbass depois de não conseguir tomar Kiev e outras partes do país em uma fase inicial da guerra.

Dvornikov, que foi condecorado por Putin por seus serviços militares em 2016, supostamente tem um prazo para levar o Donbass até 9 de maio, o Dia da Vitória da URSS sobre a Alemanha nazista, segundo especialistas e fontes ocidentais.

Sullivan disse no domingo que, embora essa nomeação não induza otimismo, sua chegada não levará necessariamente a uma grande escalada nas atrocidades na Ucrânia, uma vez que elas já ocorreram desde o início da guerra, há um mês e meio.

Já vimos táticas militares de terra arrasada (na Ucrânia), vimos atrocidades e crimes de guerra e execuções em massa e imagens aterrorizantes e chocantes de lugares como Bucha, e o ataque com mísseis a Kramatorsk (estação ferroviária)”, disse Sullivan em outra entrevista à CBS News.

“Então eu acho que isso é um sinal de que veremos mais disso”, acrescentou.

O conselheiro de Biden salientou ainda que os Estados Unidos estão “determinados a fazer todo o possível para apoiar os ucranianos à medida que resistem a ele (Dvornikov) e aos soldados que lidera”.

“Nenhuma nomeação de nenhum general pode apagar o fato de que a Rússia já teve um fracasso estratégico na Ucrânia (...). A Ucrânia nunca será subjugada pela Rússia; não importa qual presidente geral Putin tente nomear”, sublinhou Sullivan na CNN.

Enquanto as autoridades ucranianas insistem que precisam de mais armas para lidar com a ofensiva russa final contra o Donbass, que já começaram, Sullivan sublinhou a escala da ajuda militar que os Estados Unidos já forneceram à Ucrânia.

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Em sua entrevista à CBS, o conselheiro garantiu que Washington desenvolveu na semana passada com Kiev um “plano” para que os ucranianos obtenham “tudo e cada coisa de que precisam” seja dos Estados Unidos, seja de seus aliados na Europa e em outros lugares.

Algumas coisas já foram entregues, outras estão a caminho e outras estamos trabalhando para alcançá-las”, disse.

Este é o contexto do anúncio de sexta-feira de que a Eslováquia enviará seu sistema de defesa aérea à Ucrânia para se defender de aviões e mísseis russos, algo que o governo eslovaco concordou em troca dos EUA implantarem uma bateria antimíssil Patriot em seu território.

Sullivan revelou ainda que os Estados Unidos estão “avaliando (entregando) sistemas que exigiriam algum treinamento para os ucranianos” e está conversando com Kiev sobre “como isso poderia ser feito fora do país”, sem dar mais detalhes.

Este domingo, precisamente, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, falou por teleconferência com “um pequeno número de soldados ucranianos” que estavam prestes a decolar para a Ucrânia depois de completar o treinamento em Biloxi (Mississippi, EUA).

Como explicou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em comunicado, o grupo já estava nos Estados Unidos recebendo treinamento quando a invasão da Ucrânia começou no final de fevereiro.

No entanto, desde a conclusão de seu programa oficial no início de março, os militares ucranianos receberam treinamento e treinamento tático “avançado” para usar “os sistemas que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia”, incluindo drones do tipo Switchblade.

(Com informações da EFE)

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