Depois de vários responsáveis da chamada “Quarta Transformação” na semana passada terem quebrado a proibição eleitoral ao promoverem o voto a favor do presidente Andrés Manuel López Obrador na consulta popular sobre a Revogação de Mandatos, o presidente do Instituto Nacional Eleitoral (INE), Lorenzo Córdova, alertou que violações à lei podem levar o Tribunal Eleitoral da Federação Judiciária (TEPJF) a anular o processo.
A este respeito, a Chefe de Governo da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, respondeu esta sexta-feira na sua conferência de imprensa que seria “a gota d'água” que o exercício democrático a realizar neste domingo, 10 de abril, fosse invalidado. Vale ressaltar que ela foi uma das autoridades que violou a proibição ao participar de um comício no Monumento à Revolução.
Ele garantiu que os diretores ficaram tão ligados ao cargo, que pensam que são o INE.
Por fim, ele disse que os membros do INE, longe de usar as redes sociais para promover a consulta popular, se dedicaram a segurá-la, o que ele considera anormal. “Isso parece normal para você? Que um conselheiro eleitoral, dedique-se em seu twitter para atacar o Chefe de Governo. Não me parece normal”, frisou.
Por sua vez, o coordenador de Morena no Senado, Ricardo Monreal, descreveu as declarações de Lorenzo Córdova como inadequadas, além do fato de que, assegurou, pretendiam inibir a participação cidadã na revogação do mandato.
“O presidente do INE disse que há uma probabilidade de que esse exercício de revogação de um mandato inédito, pela primeira vez implementado em nosso país, possa ser cancelado. Ele diz que por causa das inconsistências e interferências dos servidores públicos que agiram fora da lei, não é apenas uma expressão e declaração intempestiva, mas destina-se a inibir a participação cidadã”,
O aspirante a candidato presidencial de que a possibilidade de anular a Revogação de Mandato por violação da proibição eleitoral é um mau presságio para a democracia, uma vez que o órgão eleitoral “deve apelar à participação e comportar-se com contenção e imparcialidade”.
Monreal destacou que a polarização e o confronto entre o INE, o chefe do executivo federal e os atores políticos não são afortunados, porque cria não só um obstáculo para os cidadãos exercerem o seu voto neste mecanismo de democracia direta, mas também afeta a democracia do país.
Por isso, ele confiou que esse estágio de dificuldades que afetam a confiança dos cidadãos poderá ser superado em breve e reiterou que exercerá seu direito de revogar seu mandato neste domingo.