“O Estado deve trabalhar em conjunto para liquidar a dívida histórica com as vítimas”: Provedor de Justiça

A Provedoria de Justiça convocou as entidades do Estado colombiano a trabalharem pela reparação das vítimas do conflito armado, que totalizaria mais de nove milhões em todo o país

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Un hombre observa la conmemoración del Día Internacional de las Víctimas de Desapariciones Forzadas. EFE/ Luis Eduardo Noriega A./Archivo
Un hombre observa la conmemoración del Día Internacional de las Víctimas de Desapariciones Forzadas. EFE/ Luis Eduardo Noriega A./Archivo

Neste sábado, 9 de abril, data em que se comemora o Dia Nacional da Memória e Solidariedade com as Vítimas, a Ouvidoria convidou as instituições do Estado colombiano a trabalharem juntas para “liquidar a dívida histórica da sociedade com as vítimas do conflito armado”.

A entidade reconheceu a “luta incansável” demonstrada pelas vítimas no país, que, segundo dados coletados pelo Centro Nacional de Memória Histórica (CNMH), ultrapassam nove milhões de pessoas em todo o território nacional, ao mesmo tempo em que convida a sociedade a cercar essa população gravemente violada em a fim de contribuir para a reconciliação nacional e a construção da paz.

“Todas as entidades devem ter uma posição muito ativa como geradoras de políticas, e que seu apoio seja efetivo na garantia dos direitos das vítimas”, disse o Provedor de Justiça, Carlos Camargo, que pediu às instituições do Estado que trabalhem de forma coordenada para essa população que sofreu diferentes violações de seus direitos por parte dos diferentes atores armados.

Além disso, a Ouvidoria destacou o apoio prestado às políticas públicas, que estava previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento, que levou em conta a participação das vítimas, bem como o fortalecimento do orçamento para o atendimento e reparação dessa população, especialmente na maioria das territórios remotos nos quais há pouca ou nenhuma presença institucional, e que tem sido denunciado desde a formação da república.

A Provedora de Justiça destacou ainda que a eleição dos 16 Constituintes Territoriais Especiais de Paz (CTEP) deve ser reconhecida, ou seja, os 16 assentos na Câmara dos Deputados que estavam reservados às vítimas do conflito armado, que deveriam “tornar-se os primeiros porta-vozes da população mais afetados” pela violência em seus territórios.

“A melhor homenagem que queremos oferecer às vítimas é continuar fortalecendo nossos esforços para promover, controlar e exigir seus direitos à verdade, justiça, reparação e não repetição. Na Ouvidoria estamos unidos pelos direitos das vítimas”, concluiu o defensor Carlos Camargo.

Segundo dados da CNMH, a maioria das vítimas no país sofreu sequestros, deslocamentos forçados, assassinatos direcionados, minas terrestres, agressões sexuais, homicídios fora de combate e massacres, o que significaria que um em cada cinco cidadãos do país foi vítima de um desses ataques.

Por sua vez, as embaixadas da Alemanha, Canadá, Espanha, Holanda, Noruega, União Europeia, Reino Unido, Suécia, Suíça e a Missão de Apoio ao Processo de Paz da Organização dos Estados Americanos MAPP/OEA na Colômbia, por meio de uma declaração conjunta, juntaram-se à comemoração desta data.

Por meio de uma carta, as autoridades enviaram uma mensagem às vítimas e garantiram que, com sua perseverança, “mostraram que, apesar das feridas profundas deixadas pela violência, é possível apostar no caminho para a paz. Continuaremos a acompanhá-los em seu caminho para a paz completa.”

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