O presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO) apresentou em sua conferência matinal uma imagem do segundo imperador do México, Maximiliano de Habsburgo, na qual o governante europeu pode ser visto de pé enquanto cercado por um grupo de conservadores, que pedirão sua ajuda para liderar a nova monarquia do país.
Deve-se notar que este evento significou a fratura do governo de uma das figuras mais importantes para AMLO (Benito Juárez), mas qual é a história por trás desse evento mostrada pelo presidente?
Primeiro, é importante enfatizar que o chefe do executivo exibiu a imagem para chamar a não aceitar “o papel dos vassalos” no país, por isso mostrou a ilustração que intitulou “Os conservadores vão oferecer a Maximiliano o império do México”.
López Obrador disse que é relevante analisar esse episódio na história, pois foi a oposição na época que pediu ajuda ao Império Francês, situação que ele comparou com a situação de recusa externa devido à sua reforma elétrica, especificamente por causa da posição dos quatro Senadores democratas dos EUA.
Ele ressaltou que o país não deve voltar ao tempo em que as decisões políticas dependiam das intervenções de outras nações, já que “não é mais esse tempo, não aceitamos mais, é o princípio da não intervenção, da solução pacífica, temos que nos ater ao que diz a Constituição, artigo 89, existe a política de princípios”.
Ele mencionou isso precisamente por causa do evento escondido naquele retrato de Maximiliano. De acordo com um artigo do Instituto de Pesquisas Históricas da UNAM, o período dos conflitos entre liberais e conservadores ocorreu por causa das “diferenças ideológicas e políticas de liderar o país, bem como os interesses estrangeiros que estavam em jogo, por um lado os liberais conheceu os Beneméritos e os Estados Unidos no comando e, por outro lado, Maximiliano (representando o Império Francês) abrigando os conservadores”.
Como AMLO ilustrou, a chegada do Segundo Império Mexicano significou o domínio da França sobre o território, principalmente porque o grupo conservador não estava disposto a desistir de seu poder, o que os levou a “procurar o arquiduque para pedir-lhe para ser o príncipe europeu que conseguiu corrigir as divisões e inúmeros problemas que assolaram o México e sua sociedade”.
A viagem deste grupo de oposição a Juárez começou graças ao fato de que Napoleão III, o imperador da França, procurou estender seu domínio ao continente americano, o pedido de ajuda foi o pretexto perfeito para conquistar uma nova demarcação.
O Ministério da Cultura explica que um grupo “formado por membros do Partido Conservador se aproximou do arquiduque austríaco Fernando Maximiliano de Habsburgo para oferecer-lhe a coroa imperial do México. Maximiliano aceitou em 3 de outubro de 1863, em seu Palácio Miramar, convencido de que seu governo, além de contar com o apoio militar da França, seria bem recebido no México”.
Assim, em 10 de abril de 1864, os Tratados de Miramar foram assinados para que o europeu e sua esposa, a imperatriz Carlota, realizassem todos os preparativos para a aventura real. A mesma fonte aponta que “as primeiras imagens oficiais foram tiradas pelo fotógrafo da corte em Trieste, Giuseppe Malovich. No entanto, também era necessária uma imagem oficial a óleo, ou seja, duas grandes telas nas quais os imperadores foram presenteados com toda a solenidade esperada de uma corte”.
Esses retratos foram encomendados a Franz Xaver Winterhalter, que foi um dos retratistas mais prestigiados da aristocracia européia. Por fim, é importante salientar que as políticas dos Habsburgos foram ainda mais liberais do que as do próprio Benito Juárez, situação crucial para o colapso do seu mandato, porque as autoridades europeias retiraram o seu apoio por não acatarem a ideologia conservadora.
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