Embora tenham relatado que são vítimas de ameaças desde fevereiro, 10 professores do município de Planadas (Tolima) tiveram que viajar para Ibague para informar as autoridades da situação.
De acordo com a estação de rádio regional Ondas de Ibagué, os professores vêm do distrito de Bilbao e apontaram que, intimidados, são obrigados a deixar aquela cidade ou perderiam a vida.
Eles também indicaram que os educadores envolvidos fazem parte do sindicato escolar dessa população, o trabalho pelo qual foram ameaçados.
Precisamente levaram consigo os panfletos intimidantes para entregá-los ao Gabinete do Provedor de Justiça e solicitar a proteção das autoridades.
“Vemos esses tipos de documentos como uma ameaça latente à integridade de nossos colegas. Esta não é a primeira vez que eles fazem um comentário como este, já tínhamos tido outro panfleto nas ruas que apontava os sindicalistas como aqueles que se opõem à paz e ao desenvolvimento em uma região que foi tristemente atingida pela violência”, destacaram o depoimento de um dos professores na rádio.
Em Ondas de Ibagué, consultaram a Unidade Nacional de Proteção (UNP) e o Departamento de Educação Departamental, onde indicaram que estavam sendo realizados procedimentos administrativos para transferi-los.
Esta situação é relatada desde fevereiro deste ano, não apenas em Planadas, mas também nos municípios de Chaparral, Ataco e Rioblanco, também no sul de Tolima.
Na ocasião, a Secretaria de Direitos Humanos do Sindicato de Tolima (Simatol) alertou as autoridades sobre essas ameaças, conforme relatado na estação de rádio RCN.
“Temos uma situação delicada, há educadores que estão trabalhando em áreas pós-conflito e que estão sendo ameaçados. No ano passado, houve a morte de um deles, supostamente devido ao roubo de sua motocicleta. Vários casos foram apresentados e a situação é difícil com eles”, disse Álvaro Huertas, secretário de Direitos Humanos da Simatol, na rádio.
O sindicalista acrescentou que naquela época eles não tinham recebido uma resposta efetiva das autoridades, apesar das ameaças.
“Não é garantir a segurança, nem a vida do educador, porque está permanecendo na mesma região porque nessas consultas foi estabelecido na norma que essas transferências devem ser feitas dentro dessa região por 10 anos. Há cerca de dez que fizeram o pedido e não puderam ser mudados”, disse.
No início de março, uma situação semelhante foi relatada na área de Catatumbo (Norte de Santander), onde havia uma escassez de 400 professores em instituições de ensino daquela área do país e entre os motivos estavam ameaças de grupos armados.
De acordo com o Asinort, sindicato dos professores do Norte de Santander, muitos professores da região foram intimidados por telefone só este ano.
“Até agora, não sabemos que tipo de pessoas eles são ou que estão fazendo essas ligações extorsivas, se eles são da prisão. Estamos preocupados com essa situação, ele não é mais professor, nem há dois educadores que sentiram essa situação e informaram as autoridades”, disse Orielso Torrado, dirigente sindical, na rádio Caracol.
CONTINUE LENDO: