O Japão decidiu reduzir gradualmente suas importações de carvão russo, disse o governo sexta-feira, em um movimento coordenado com as maiores potências econômicas do mundo para apertar as sanções a Moscou por sua invasão da Ucrânia.
“Vamos avançar para a cessação das importações” de carvão russo, disse hoje o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Koichi Hagiuda, em conferência de imprensa.
A decisão surge um dia depois de os líderes dos países do G7, incluindo o Japão, terem divulgado um comunicado conjunto prometendo novas sanções contra a Rússia que inclui um embargo à importação de carvão russo, à luz dos alegados crimes contra civis cometidos pelas tropas russas na Ucrânia.
Hagiuda observou, no entanto, que dada a dependência do país dessa fonte de energia, a redução será gradual para garantir um fornecimento estável no território e evitar o impacto abrupto que causaria uma cessação total imediata.
“Procuraremos países alternativos enquanto reduzimos gradualmente”, disse o ministro sobre essas importações da Rússia.
Doze por cento das importações japonesas de carvão destinadas a suas usinas termelétricas vêm atualmente da Rússia.
“As medidas acordadas (pelo G7) serão realizadas de acordo com a situação em cada país e de acordo com a segurança energética de cada país”, disse o porta-voz do governo Hirokazu Matsuno, acrescentando que o Japão poderia direcionar sua diversificação energética para setores como “renovável e nuclear”.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, já apontou a potencial imposição de sanções individuais japonesas à Rússia na véspera e planeja realizar uma conferência de imprensa nas próximas horas em que deverá dar mais detalhes sobre elas.
Por seu lado, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira um bloqueio total dos dois principais bancos russos, intensificando assim o bloco financeiro do país em retaliação à invasão da Ucrânia e aos recentes massacres relatados naquele país.
“Deixei claro que a Rússia pagaria um preço severo e imediato por suas atrocidades em Bucha. Hoje, junto com nossos aliados e parceiros, estamos anunciando uma nova rodada de sanções devastadoras”, disse o presidente Joe Biden no Twitter.
Um alto funcionário do governo explicou em uma ligação com jornalistas o “bloqueio total” do Sberbank e do Alfa Bank, as maiores instituições financeiras do país: as medidas proíbem seus ativos de entrar em contato com o sistema financeiro dos EUA e impedem os americanos de fazer negócios com ambas as instituições.
Em comunicado, o Sberbank respondeu que as sanções não teriam um efeito significativo nas suas operações, tendo se adaptado às medidas anteriores.
(Com informações da EFE)
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