Crise no Novo Perú: Anahí Durand renuncia à presidência do grupo político por ser consultor no PCM

“Não é mais útil para as classes populares”, disse ele sobre o Novo Perú em sua carta de despedida, onde também as comparou ao Partido Púrpura.

Guardar

Crise no Novo Perú. Anahí Durand deixou de ser o presidente desse movimento político depois que o líder do Perú Libre, Vladimir Cerrón, mostrou que a ex-chefe do Ministério dos Assuntos da Mulher mantém uma consultoria na Presidência do Conselho de Ministros (PCM).

Infobae

De acordo com um comunicado, a liderança do Novo Perú deu a Durand duas opções: renunciar à consultoria no PCM ou à presidência do movimento. Ao que a ex-ministra optou por enviar sua carta de demissão à organização política.

Após sua saída, Anahí Durand confirmou que, há alguns dias, o primeiro-ministro Aníbal Torres propôs que ele voltasse ao Executivo. “Se é um governo popular que deve ser relançado, então é coerente trabalhar no estado que está tentando liderar”, explicou em suas renúncias.

Nesse sentido, lamentou que o Novo Perú tenha aderido ao “campo de oposição já tomado pela direita” e o considerou “um erro estratégico”.

“Diante da crise política no país, considero um erro estratégico para o Novo Perú se juntar ao campo de oposição já ocupado pela direita, atuando como a van de cauda do centro-direita. A linha de 'oposição democrática' que foi imposta no Novo Perú já está sendo usada pelos setores roxo e outros privilegiados”, lê-se no comunicado divulgado nas redes sociais.

“Aceito a decisão (de) Novo Perú e deixo um partido que ajudei a fundar, mas que não é mais útil para as classes populares peruanas”, lamentou Durand no final de sua declaração, onde também garantiu que “a continuidade de um determinado governo não está em risco, mas o retorno de autoritarismo e um neoliberalismo recarregado.”

Note-se que o Novo Perú apoiou Pedro Castillo no segundo turno das eleições, no qual competiu com Keiko Fujimori, da Fuerza Popular. Após sua vitória, o presidente colocou alguns membros do movimento político em seu gabinete de ministros. Além de Durand, Pedro Francke assumiu o portfólio de Economia e Finanças.

PEDRO CASTILLO É HONESTO

Há um mês, Anahí Durand deu uma entrevista à mídia Página 12, da Argentina. Nele, ele considerou que o presidente Pedro Castillo é uma pessoa “honesta”, no entanto, seu ambiente pode dar “um suspeita de corrupção”, em relação às confissões da empresária Karelim López ao Ministério Público, que busca se valer de uma colaboração efetiva.

“Acho que é uma queixa séria que precisa ser investigada minuciosamente. Ela tem sido lobista em vários governos, se suas declarações forem comprovadas seria evidente que não foram tomadas as medidas necessárias para erradicar essas formas de gestão do Estado e dos recursos públicos que favorecem a corrupção”, disse.

“Não devemos ser complacentes porque este país foi duramente atingido pela corrupção. Acho que o presidente é uma pessoa honesta, mas há situações em torno dele que podem dar uma suspeita de corrupção, que deve ser investigada de forma rigorosa e objetiva”, continuou.

O ex-ministro lamentou que a oposição tenha usado qualquer desculpa para tentar remover Pedro Castillo da presidência peruana. Na visão dele, a vaga do atual presidente consolidaria uma saída autoritária.

“Essa ofensa de golpe sempre esteve lá. Essa acusação deve ser investigada não importa quem caia, mas o que não pode acontecer, e foi exatamente isso que aconteceu, é que isso é usado para mais uma vez criar um cenário de vacância (afastamento do presidente pelo Congresso) e incentivar o golpe que está causando grandes danos ao país. Uma vaga para Castillo consolidaria uma possível saída autoritária. É nisso que a direita está jogando”, disse.

CONTINUE LENDO

Guardar