A Qatar Airways garantiu que não tem interesse em operar na AIFA

As informações da companhia aérea contrastam com declarações de Marcelo Ebrard, que disse recentemente que as negociações começariam esta semana para que a companhia operasse no novo aeroporto.

FILE PHOTO: Qatar Airways cabin crew stand in front of an Airbus A350-1000 at Hamad International Airport in Doha, Qatar, February 21, 2018. REUTERS/Naseem Zeitoon/File Photo

A Qatar Airways disse que não tem planos de operar no Aeroporto Internacional Felipe Angeles (AIFA). Isso contrariou as declarações de Marcelo Ebrard, secretário de Relações Exteriores, que recentemente garantiu que as negociações começariam esta semana para que a companhia aérea operasse nas novas instalações.

De acordo com a Reuters, na quarta-feira um porta-voz da empresa do Qatar afirmou: “Podemos confirmar que a Qatar Airways não tem planos de começar a operar no Aeroporto Internacional Felipe Angeles, na Cidade do México”. Isso depois que os representantes da empresa ficaram em silêncio por dias, após serem questionados sobre o que Ebrard disse e sobre a data de início da negociação.

A suposta iniciativa da companhia aérea foi anunciada em 5 de abril durante a conferência matinal de Andrés Manuel López Obrador, quando o funcionário encarregado do Ministério das Relações Exteriores (SRE) anunciou que, como resultado da presença da República Mexicana na Expo Dubai, o CEO da companhia aérea, Akbar Al Baker, manifestou interesse em operar no aeródromo inaugurado no final de março.

A SRE confirmou na tarde de 7 de abril, em comunicado, o interesse em criar a rota aérea México-Catar e delineou os benefícios que ela geraria. “O estabelecimento de uma rota permitiria o transporte de passageiros e carga na véspera da copa do mundo de futebol que será realizada no Catar de 21 de novembro a 18 de dezembro. Os fãs mexicanos representam um dos mais numerosos esperados no Catar”, disse o documento.

Ao contrário da declaração da empresa, a declaração da SRE indicou mesmo que Al Baker nomeou o vice-presidente sênior de Assuntos Aeropolíticos e Corporativos, Fathi Atti, como responsável pelo estabelecimento de uma rota aérea com o México.

Vale ressaltar que o governo mexicano já havia demonstrado interesse em estabelecer negócios com a Qatar Airways desde fevereiro do ano passado, quando, por meio do Ministério das Comunicações e Transportes (STC), eles estenderam um convite para expandir sua presença no México com voos comerciais e de carga no novo aeroporto.

No entanto, com os comentários recentes de seu porta-voz, foi descartada a possibilidade de a companhia aérea se juntar à Aeromexico, Volaris e Viva Aerobus, que já operam no aeroporto recém-inaugurado em seis rotas domésticas: Tijuana, Cancún, Monterrey, Guadalajara, Villahermosa e Mérida.

A adição da empresa do Oriente Médio significaria um passo em frente nas tentativas do governo de transferir parte do tráfego aéreo do Aeroporto Internacional da Cidade do México (AICM) para a AIFA. Atualmente, a Qatar Airways, que movimenta mais de 30 milhões de toneladas de carga anualmente, tem uma presença significativa no país com a rota México-Doha, que ocupa o segundo lugar entre os 10 principais destinos que movimentam cargas e tem uma participação de mercado de 10,3%.

A abertura do aeroporto Felipe Ángeles gerou polêmica devido ao fato de ser uma obra incompleta que teve vários problemas operacionais e que até agora tem capacidade limitada. Segundo informações oficiais, durante a primeira fase, que termina em 2024, o aeroporto terá capacidade para transportar 20 milhões de pessoas, mas estima-se que até o final de 2022 terá transportado apenas 2,4 milhões de passageiros.

Outros fatores que geram dúvidas entre os investidores são vias de acesso inadequadas, falta de capacidade instalada para aumentar o número de voos, incerteza em relação aos planos de expansão, bem como a falta de um sistema aeroportuário que o conecte ao AICM e ao aeroporto de Toluca.

Apesar da falta de certeza, foi anunciado que os voos para os Estados Unidos começarão no segundo semestre de 2022, com a Delta e a Copa Airlines companhias aéreas. A inclusão de rotas para os EUA faz parte do plano que o governo tem de promover a participação na AIFA com o objetivo de explorar sua capacidade total nos próximos dois anos e desabafar o AICM assumindo pelo menos 20% dos voos.

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