O voto de abstenção “não deve ser interpretado como a posição do México diante do conflito”

A mestra de Direito Gabriela Naranjo Guevara garantiu que a medida obedece à aplicação dos princípios do cartão de não intervenção

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FOTO DE ARCHIVO: Un tanque
FOTO DE ARCHIVO: Un tanque ruso destruido, en medio de la invasión rusa de Ucrania, en el pueblo de Dmytrivka, al oeste de Kiev, Ucrania. 1 de abril de 2022. REUTERS/Zohra Bensemra

A Assembleia da ONU suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos em 7 de abril após o massacre em Bucha, uma cidade ucraniana. Diante disso, dos 193 membros da assembleia, 93 votaram a favor da suspensão, enquanto 24 votaram contra e 58 se abstiveram.

O México foi um dos países que se absteve durante a reunião. Para a professora Gabriela Naranjo Guevara, Coordenadora de Direito Ibero León, isso indica que o governo federal está aplicando o cartão de princípios de não intervenção.

Ele acrescentou que isso não significa que isso não deve ser interpretado como a posição do México diante do conflito.

“Eu acho que muitas das posições serão reduzidas ao fato de que o México está errado porque não está se posicionando diante dos grandes eventos que estão acontecendo na Ucrânia. Para isso teríamos que analisar o discurso que nosso embaixador fez no momento da apresentação do cargo na Assembleia Geral”, explicou.

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Com base nisso, a advogada Gabriela Naranjo garantiu que o México continua se posicionando contra o conflito armado.

No entanto, como o especialista em questões criminais explicou ao mesmo tempo, isso implica que o país não valoriza a decisão de expulsar a Rússia do órgão como uma medida efetiva em termos de punição.

“É um ato, no final das contas, de pressão sobre o país, como outras medidas que vimos, mas da posição do México não é considerada uma medida eficaz para combater o conflito”, explicou.

Deve-se notar que, segundo Gabriela, isso não é uma expulsão da organização (ONU) ou do Conselho de Segurança.

Ele explicou que o Conselho de Direitos Humanos “é como um capítulo ou agência dentro das Nações Unidas para trabalhar na questão dos direitos humanos a partir dessa perspectiva internacional”.

É dessa entidade que o próprio conselho de direitos humanos pode avaliar um Estado na área de desenvolvimento e proteção dos direitos humanos por meio da Revisão Periódica Universal, exercício que se destina a monitorar para emitir recomendações aos países sobre garantias individuais.

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É aqui que as recomendações são derivadas para fortalecer o exercício dos direitos humanos. Então, desde o início, eu teria que salientar que seria um paradoxo para a Rússia permanecer nesta seção da organização das Nações Unidas quando está realizando ações, pelo menos desde a aparência, constituem graves violações dos direitos humanos no âmbito internacional “, disse o entrevistado.

Assim, o advogado reiterou que a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU implica para o Estado que, devidamente “não participe mais de um grupo de países que trabalham no tema dos Direitos Humanos”, estando fora do conselho eles não poderiam mais participar de assuntos internacionais e poderiam também implicam uma desvantagem para estabelecer relações de diferentes tipos, como comerciais.

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