O Supremo Tribunal de Justiça endossou na quarta-feira a extradição de Dairo Antonio Úsuga David, vulgo Otoniel, o principal líder do Clã do Golfo, para os Estados Unidos, onde ele é obrigado por crimes relacionados ao tráfico de drogas. Em resposta à notícia, o diretor da polícia, general Jorge Luis Vargas, garantiu que em poucos dias a respectiva transferência ocorrerá.
“Será questão de alguns dias até que este mandato da Suprema Corte e do Presidente da República o envie aos tribunais dos Estados Unidos, onde é exigido por três tribunais daquele país, por crimes relacionados a grandes toneladas de tráfico de drogas”, comentou o diretor. Por sua vez, ele ressaltou que o pseudônimo Otoniel tinha negócios com os cartéis mais poderosos do mundo.
O general Vargas lembrou que Dairo Antonio Úsuga foi capturado em 23 de outubro por ser responsável pelo deslocamento forçado de comunidades, múltiplos assassinatos contra civis e membros das forças de segurança, abuso de menores e recrutamento ilegal. “Ele tentou escapar e atrasar um processo que é ratificado hoje graças à decisão da Corte em lei”, acrescentou o uniformizado.
Para evitar que o líder escape, o oficial sênior confirmou que medidas de segurança serão tomadas no local de detenção do pseudônimo Otoniel. “Instruções muito específicas foram dadas ao diretor de La Dijín, à Polícia Nacional com unidades especializadas para aumentar todas as medidas de segurança e vigilância”, disse Vargas.
Medidas adicionais a serem tomadas pela Polícia incluem o apoio de unidades especiais, meios tecnológicos e coordenação com as Forças Militares enquanto as operações aéreas são realizadas em áreas onde o Clã do Golfo pretendia iniciar a fuga da pessoa capturada.
O general também saudou a decisão da Corte, destacando que é uma “ótima notícia” para a luta contra o narcotráfico. “Temos certeza de que ele pagará uma longa sentença nos Estados Unidos e, em seguida, terá que vir à Colômbia ou a qualquer tribunal de outro país para pagar por seus crimes”, disse Vargas, afirmando que eles esperam que ele nunca saia da cadeia.
Por sua vez, o ministro do Interior, Daniel Palacios, chamou a notícia de uma “mensagem clara e contundente do Supremo Tribunal de Justiça”. O chefe de pasta compartilhou uma posição semelhante à do diretor da polícia: “este homem, como disse, terá que pagar por seus crimes em uma prisão nos Estados Unidos e a mensagem aqui é clara, aquele que faz isso paga, e não importa o quanto ele pense que está escondendo, ele chega aqui, na Venezuela ou em qualquer lugar do mundo.”
Otoniel e a busca para impedir sua extradição
Alias Otoniel - que chegou a registrar 122 mandados de prisão e sete medidas de segurança - procurou conter sua extradição para os Estados Unidos, solicitando ser colocado na Jurisdição Especial para a Paz (JEP) como terceiro civil no conflito armado.
O pedido foi negado por causa de sua incapacidade de demonstrar tal envolvimento sob esta figura; no entanto, após sua captura e como testemunha, ele forneceu relatos de seu papel no conflito para o JEP, a Comissão da Verdade e a Unidade de Busca. Na entrega de seu depoimento, a dificuldade de coletar seus depoimentos foi destacada devido a obstáculos de segurança.
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