Grupo policial de elite enviado a Quibdó em face da preocupante onda de violência

O prefeito da capital de Chocó, Marín Emilio Sánchez Valencia, viajou a Bogotá para chamar a atenção das autoridades diante do aumento dos homicídios, que agora ultrapassam os cinquenta

Nas últimas duas noites, na cidade de Quibdó houve tiroteios pesados que deixaram vários feridos e mortos. A situação de violência, que responderia a confrontos de quadrilhas criminosas, tem as autoridades da cidade em alerta.

O prefeito, Marín Emilio Sánchez Valencia, chegou a Bogotá na quarta-feira para se reunir com as autoridades nacionais e pedir uma maior presença das forças de segurança em Quibdó, para garantir a segurança e a ordem pública.

“Ontem à noite houve violência em Quibdo, onde duas pessoas foram mortas e duas feridas e esta tarde continuam os confrontos entre os bandidos na cidade de Quibdo. Até agora, neste ano, tivemos 58 homicídios, um número que assusta todos os cidadãos”, disse Sánchez em um vídeo divulgado com o ativista ambiental Camilo Prieto.

Com os novos confrontos, os números já ultrapassam 60 homicídios, indicando que a cada dois dias o crime tira a vida de uma nova pessoa. Essa situação coloca as autoridades em alerta, especialmente quando os tiroteios ocorreram em áreas residenciais e afetaram civis, como uma menina de 4 anos ferida em um dos tiroteios.

De acordo com o jornal El Tiempo, em 7 de abril, um grupo da Unidade de Comando de Operações Especiais e Antiterrorismo (COPES) chegou à capital Chocó para fortalecer os esforços de segurança.

Esse grupo especial seria formado por homens armados equipados com tecnologia anticrime, que apoiariam ações contra grupos criminosos em áreas urbanas e rurais e evitariam a repetição das ações dos últimos dias.

O jornal acrescentou que na tarde de quarta-feira, a polícia confrontou os criminosos e causou a morte de três. No entanto, o confronto teria deixado pelo menos dois civis feridos e um policial também afetado por um impacto em um ombro.

Como explicou ao Noticias Caracol o General-de-Brigada Gustavo Franco Gomez, comandante da Região Policial nº 6, este é um confronto entre os conhecidos como Los Mexicanos e Los Palmeños, devido a uma aparente diferença de paixão entre os líderes de ambos os grupos.

Membros desses grupos criminosos teriam chegado por volta das 20h do dia 5 de abril às margens do rio Atrato da cidade, no auge do bairro de San Vicente, onde foram registradas as mortes de duas pessoas e três outros feridos.

No entanto, os tiroteios também se espalharam para os bairros de Horizonte, La Playita e Simon Bolivar, onde outras pessoas ficaram feridas em seu rastro. Além do medo dos tiroteios, eles também intimidaram a população com panfletos ameaçadores para impedi-los de sair de casa, bem como mensagens espalhadas pelo Whatsapp.

É por isso que o prefeito da cidade Sánchez Valencia chamou a atenção do governo para um aumento da força de força, mesmo com a possibilidade de militarização, para aumentar as patrulhas e proteger a população.

María Alejandra Vélez, diretora do Centro de Estudos sobre Drogas e Segurança (CESED) da Universidade de Los Andes, explicou à Rádio Caracol que as ações de segurança devem ter estratégias específicas para o tipo de grupos que desempenham um papel na violência em Quibdó.

Segundo ele, poderia ser um novo tipo de organizações criminosas que vão além da dinâmica urbana, que têm vínculos com organizações armadas e que visariam exercer o controle territorial, sob governança criminal. O departamento de Chocó não viu a paz, passou pela violência do ELN, das FARC e do Clã do Golfo e agora dos redutos dos dois últimos.

CONTINUE LENDO: