Fortalecer o peso ajuda a controlar a inflação e atrair investidores: Gabriela Siller

O diretor de análise econômica do Banco Base destacou que a moeda mexicana se valorizou significativamente em relação ao dólar.

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Fotografía de archivo de una mujer que muestra el nuevo billete de 200 pesos presentado durante un acto celebrado por el Banco de México, en Ciudad de México (México). EFE/ José Méndez
Fotografía de archivo de una mujer que muestra el nuevo billete de 200 pesos presentado durante un acto celebrado por el Banco de México, en Ciudad de México (México). EFE/ José Méndez

O fortalecimento do peso mexicano em relação ao dólar em 3,21% no primeiro trimestre do ano em relação aos três meses anteriores ajudará a controlar a inflação, que atualmente está em níveis não vistos em 20 anos, e também atrair investidores.

O peso mexicano valorizou significativamente em 2022. De fato, no primeiro trimestre do ano fechou com uma valorização em relação ao dólar de 3,21% ou 65,9 centavos, negociando em torno de 19,87 pesos por dólar”, disse a diretora de análise econômica do Banco Base, Gabriela Siller, em entrevista à Efe.

Em relação ao euro, a valorização foi de 5,81% trimestre a trimestre nos primeiros três meses do ano, com um preço de 21,99 unidades por euro.

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A valorização do peso neste primeiro trimestre foi a maior desde o quarto trimestre de 2020.

O peso mexicano, que estava em torno de 18,5 pontos por dólar antes da pandemia, sofreu seu pior momento em março de 2020, quando ultrapassou 25 unidades por dólar.

A moeda mexicana fechou 2021 com uma depreciação anual de 3,01%, sendo negociada a 20,51 unidades por dólar no último dia do ano.

Segundo o especialista, o peso mexicano está agora em quinto lugar, tanto em valorização em relação ao dólar quanto ao euro. Só atrás do real brasileiro, do sol peruano, do peso chileno e do peso colombiano.

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O peso mexicano tem um regime de taxa de câmbio “flutuante livre”, por isso depende da interação entre oferta e demanda, e o México “entrou em muitas moedas devido a exportações e remessas”, explicou.

As exportações mexicanas devem crescer entre 7% e 10% este ano, impulsionadas pelo crescimento dos EUA, enquanto as remessas poderiam mostrar crescimento entre 10% e 13%, disse ele.

Espera-se que o peso mexicano continue a se valorizar, podendo atingir um nível de 19,60 pesos por dólar.

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Como explicou Siller, a valorização do peso é uma “grande vantagem” porque agora não “pressiona” a inflação — acima de 7% por meses, seu nível mais alto em 20 anos — em termos de produtos importados.

Esta quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi) informou que em março a inflação se situou em 7,45% em relação ao ano anterior, seu nível mais alto desde 2001.

No entanto, é semelhante a 7,36% em dezembro de 2021 e inferior ao dos Estados Unidos (7,9%) ou Espanha (9,8%).

Além disso, o conflito armado na Ucrânia levou a aumentos nos preços das commodities e, acrescentou o analista, nos últimos dias isso beneficiou o peso mexicano porque está relacionado ao preço do petróleo.

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“À medida que o preço do petróleo sobe, o peso mexicano se valoriza”, explicou.

Além disso, a valorização do peso atrai mais investidores para o país, fator que se soma aos aumentos da taxa de juros até agora neste ano, que agora é de 6,50%.

“As capitais também estão entrando, aqueles que deixaram a Rússia estão procurando lugares mais seguros”, acrescentou.

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Embora a valorização seja, em princípio, benéfica para o México, o analista alertou que há muita “volatilidade” e a “possibilidade” de a moeda mexicana “se depreciar” novamente.

Isso “se traduz em incerteza” porque “o que beneficia as exportações e as importações é uma taxa de câmbio estável”, acrescentou.

As “novas depreciações” também não são descartadas no contexto da pandemia, com a guerra na Ucrânia e por causa de “questões locais”, como a iniciativa de reforma da eletricidade poderia ser.

“Do ponto de vista econômico do crescimento, o que mais beneficia é um peso estável porque um melhor planejamento a longo prazo pode ser feito”, disse o especialista.

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O Banco Base estima que a economia mexicana cresça este ano entre 1,5% e 2% em um “cenário central”. Em um cenário otimista, a economia aumentaria para 2,5% e pessimista para 0,5%.

A economia mexicana cresceu 4,8% em 2021 e contraiu 8,2% em 2020, seu pior colapso desde a Grande Depressão de 1932.

De acordo com o governo mexicano, a economia do país crescerá 3,4% em 2022.

EFE

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