“As forças públicas da Colômbia sempre foram uma força legítima, defensora da vida”: Iván Duque

O primeiro presidente presidiu o lançamento, apresentou a Rota do Cuidado e Acompanhamento Institucional para os membros das forças de segurança que compareceram perante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP)

Guardar
Foto de archivo del presidente de Colombia Iván Duque. EFE/ Carlos Ortega
Foto de archivo del presidente de Colombia Iván Duque. EFE/ Carlos Ortega

Nesta quinta-feira, 7 de abril, o presidente da Colômbia, Iván Duque, apresentou a Rota de Cuidado e Acompanhamento Institucional para membros das forças de segurança que comparecem perante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP) por crimes cometidos em meio ao conflito armado.

O presidente enfatizou que esta rota, que busca orientar os processos realizados por 3.367 militares uniformizados na justiça de transição, pretende marcar o “princípio diferenciador entre membros das forças de segurança” com os diferentes atores armados ilegais que “subverteram a ordem”.

“A força pública colombiana sempre foi uma força legítima, uma defensora irrestrita da ordem constitucional, uma defensora, como diz o segundo artigo de nossa Carta, da vida, honra, propriedade, direitos e liberdades de todos os cidadãos em todo o território. Sob essas premissas há uma diferença natural, inquestionável, inquestionável entre aqueles que defendem a República e a ordem constitucional, e aqueles que querem subverter, afetar, deteriorá-la, aniquilá-la”, disse o chefe de Estado durante o evento.

Por sua vez, ele indicou que esse mecanismo busca fornecer apoio psicológico e social, acesso ao Sistema de Proteção Social e à moradia, bem como assistência jurídica e oportunidades de emprego e treinamento, para pessoal uniformizado que cometeu “conduta contrária ou supostamente contrária à honra militar” ou ter sido o máximo responsável por crimes contra a humanidade, como aqueles ligados a 'falsos positivos'.

A este respeito, ele indicou que essa ferramenta era essencial porque abrigava especialmente jovens que, “como soldados profissionais, devido a circunstâncias de modo, tempo e ação operacional” foram chamados pela agência criada a mando do Acordo de Paz para investigar e processar aqueles responsável por alguns dos mais cruéis da história recente do país.

“O acompanhamento jurídico é especializado, porque o fato de aparecer não é que haja incentivo para se autoincriminar ou que a participação esteja sendo buscada para, por meio de autoincriminação, ter que resolver situações legais. Essas abordagens seriam terríveis. Aqui todas as garantias estão sendo dadas para que o fato de aparecer também seja apoiado nos princípios do devido processo legal, e, acima de tudo, sob os princípios que dentro do devido processo legal dizem respeito aos critérios probatórios sobre responsabilidades individuais”, disse o presidente.

Indicou ainda que o Governo nacional tem assegurado o reforço da Justiça Criminal Militar, esclarecendo que não procurou ser uma justiça “cúmplice ou atenuada”, pelo contrário, uma justiça drástica, mas “baseada em critérios de modo, tempo e ação operacional”, o que significaria aumentar sua estrutura administrativa e escopo da Unidade Especial, bem como um conselho consultivo precedido pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

“A rota também é uma forma de dizer àqueles que usaram uniformes de nosso país que não estão sozinhos e que esse acompanhamento, que também é coordenado com a Jurisdição Especial para a Paz, nos permite mostrar esse elemento distintivo desde o início, que é a diferenciação inquestionável em aqueles que defendem a pátria e aqueles que comparecem contra a pátria”, concluiu o presidente Iván Duque.

As declarações do presidente seriam contrárias aos argumentos expressos por especialistas e organizações sociais que afirmam ter havido crimes sistemáticos cometidos por membros das forças de segurança, como falsos positivos, nos quais centenas de funcionários uniformizados estariam envolvidos, e que, de acordo com o PEC ultrapassa a cifra de 6.402 pessoas que foram mortas ilegitimamente para serem apresentadas como vítimas de combate em todo o território nacional entre 2002 e 2008.

CONTINUE LENDO:

Guardar