A saúde que preocupa o mundo: quais são as 5 doenças mais graves e como preveni-las

No Dia Mundial da Saúde, quais são os fatores de risco que podem prevenir doenças não transmissíveis. Por que uma alimentação saudável, o não fumante e a atividade física frequente evitam o surgimento dessas patologias

As doenças não transmissíveis são um grande desafio para a saúde global, pois juntas causam 41 milhões de mortes a cada ano, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que eles são responsáveis por 70% das mortes no mundo. Muitas dessas condições podem ser evitadas e evitadas, com mudanças no estilo de vida e exames médicos.

Dentro desse grupo, as doenças cardiovasculares causam a maioria das condições fatais (17,9 milhões a cada ano, incluindo acidentes vasculares cerebrais), seguidas por câncer (9 milhões) e doenças respiratórias crônicas (3,9 milhões). Junto com a doença de Alzheimer e outras demências, elas são as doenças não transmissíveis mais mortais.

No Dia Mundial da Saúde, especialistas nessas doenças explicam os fatores de risco mais comuns, os sintomas a serem levados em consideração, as chaves para a prevenção e os últimos avanços nos tratamentos:

1 — Doenças cardiovasculares

Nesse grupo de condições, a doença cardíaca isquêmica causa a maior mortalidade. Ocorre quando qualquer uma das artérias coronárias que suprem o músculo cardíaco é bloqueada por placas que retardam a passagem do sangue. Quando essas placas bloqueiam totalmente o fluxo de sangue, ocorre infarto agudo do miocárdio.

Na Argentina, muitos pacientes desconhecem seus fatores de risco, e é por isso que não agem para reduzir as chances de sofrer um ataque cardíaco. “Fatores de risco, como pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo ou sedentarismo, aumentam as chances de ter um evento cardiovascular. Adotar hábitos saudáveis como fazer exercícios, não fumar, comer à base de frutas, legumes, legumes, peixe, frango, pouca carne vermelha (uma ou duas vezes por mês) e beber pouco (um copo de vinho por dia) ou sem álcool, evitar farinha e açúcares refinados reduz drasticamente a probabilidade de ter um infarto agudo do miocárdio”, explicou o Dr. Alberto Alves de Lima, diretor médico do ICBA-Instituto Cardiovascular.

A tomografia coronariana é um dos avanços tecnológicos na luta contra a doença: “É um método não invasivo para avaliar as artérias coronárias e, em certos pacientes, permite que a anatomia coronariana seja avaliada com muita precisão, sem a necessidade de cateterismo cardíaco invasivo” disse o Dr. Alves de Lima.”

2 - Câncer da traquéia, brônquios e pulmão

Oitenta por cento dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo. “Não fumar é a maneira mais simples de reduzir a incidência” desses tipos de tumores, disse o Dr. Claudio Martin, chefe de Oncologia Torácica do Instituto Alexander Fleming. Outros casos estão associados ao radônio doméstico (um gás radioativo inerte que é liberado da crosta terrestre e pode se acumular nas residências) e aos efeitos da poluição ambiental.

Os sintomas do câncer de pulmão geralmente aparecem quando a doença já está em estágio avançado. A única medida comprovada de detecção precoce é o uso de tomografia de tórax com radiação de baixa dose”, acrescentou o especialista. Quando esse diagnóstico é realizado precocemente por meio da tomografia, há possibilidades de realizar intervenção cirúrgica e reduzir a mortalidade.

Nos últimos anos, houve “avanços revolucionários no desenvolvimento de terapias direcionadas e imunoterapia, o que implica uma mudança de paradigma nas estratégias que usamos para destruir células tumorais”, disse Martin.

A imunoterapia cancela os mecanismos com os quais as células tumorais escapam das defesas do corpo. “Tumores pulmonares que desenvolveram metástases (envolvimento de outros órgãos) a imunoterapia mostrou que, em pacientes que já receberam quimioterapia e cujos tumores cresceram, a imunoterapia é melhor do que a quimioterapia tradicional, pois consegue controlar os tumores por mais tempo e, consequentemente, do que os pacientes vivem mais, com melhor qualidade de vida e menos toxicidade”.

Graças às terapias direcionadas, em muitos casos hoje é possível detectar qual mutação é a que causa o crescimento do tumor. Assim, é “muito mais frequente do que com a quimioterapia que os tumores encolhem, com a adição de que esses tratamentos são por via oral e com menos toxicidades em comparação com a quimioterapia”.

Parar de fumar, estabelecer estudos de img para detecção precoce e acesso a novas terapias são fundamentais para reduzir o aparecimento do câncer de pulmão, detectá-lo precocemente e tratá-lo adequadamente”, concluiu o especialista do Instituto Fleming.

3 - Acidente cerebrovascular (ACV)

90% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) estão associados a fatores de risco evitáveis. Entre eles estão hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo e fibrilação atrial.

Para levar um estilo de vida mais saudável, é essencial modificar certos hábitos alimentares: reduzir a ingestão de alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas, aumentar o consumo de peixes, frutas e vegetais. Além disso, é necessário parar de fumar e consumir álcool de forma moderada.

Realizar 30 minutos de exercício moderado 5 vezes por semana e com exames médicos regulares reduz muito o risco de ter um derrame”, explica o neurologista Ramón Leiguarda, diretor do Instituto de Neurologia e Neurocirurgia do Sanatório de Los Arcos.

No caso de um acidente vascular cerebral agudo, é essencial agir rapidamente, pois os tratamentos podem ser realizados até 24 horas após o início dos sintomas. E quanto mais cedo você começar, melhor será o resultado. Para agir a tempo, é necessário conhecer os sintomas do AVC:

- Fraqueza ou falta de sensibilidade do rosto, braço ou perna, especialmente de um lado

- Distúrbios da fala, seja por não entender, por não conseguir se expressar corretamente

- Distúrbios visuais: um olho ou ambos

- Distúrbios de equilíbrio e coordenação

- Dor de cabeça muito intensa e repentina

4 - Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

É caracterizada por uma limitação crônica e persistente ao fluxo aéreo causada principalmente pela exposição à fumaça do tabaco, fumaça de lenha, poeiras e gases ocupacionais. É uma doença altamente prevalente, evitável e tratável. Parar de fumar é a medida inicial para combatê-lo. Na Argentina, estima-se que 2,3 milhões de pessoas sofram da doença.

“O reconhecimento precoce da DPOC é importante para modificar a exposição aos fatores de risco. Para o diagnóstico, é essencial realizar uma espirometria para confirmar a presença de obstrução ao fluxo aéreo”, disse Pablo Simkin, pneumologista e broncosscopista do Sanatório da Clínica Los Arcos e Olivos.

A suspeita de DPOC é estabelecida pela presença de fatores de risco acompanhados ou não de sintomas respiratórios. Qualquer adulto de 40 anos ou mais com história de exposição a esses fatores, com ou sem sintomas respiratórios, deve considerar o diagnóstico de DPOC e realizar espirometria confirmatória. Há um subdiagnóstico significativo e um diagnóstico incorreto devido à subutilização da espirometria”, expandiu o pneumologista.

Em termos de tratamento, inclui medidas preventivas (educação, cessação do tabagismo, atividade física, nutrição) e pode ou não incluir o uso de drogas. As medidas não farmacológicas incluem principalmente a reabilitação respiratória e, em casos graves que a requerem, o uso de oxigênio. O objetivo é reduzir os sintomas, a frequência e a gravidade das exacerbações, melhorar a qualidade de vida, a função pulmonar e a tolerância ao exercício.

5 - Alzheimer e outras demências

40% dos casos de demência podem ser evitados”, disse o neurologista Leiguarda e listou os fatores de risco:

- Fumar

- Hipertensão arterial

- Obesidade e diabetes

- Sedentarismo

- Ingestão de álcool

- Isolamento social e/ou depressão

- Perda auditiva

- Traumatismo craniano (golpes na cabeça)

- Poluição ambiental

Muitos desses fatores estão relacionados ao risco cardiovascular ou cerebrovascular, por isso é importante manter controles clínicos regulares que permitam que sejam detectados precocemente, a fim de implementar tratamentos eficazes e mantê-los sob controle.

“Na prevenção da demência, um estilo de vida saudável é essencial: manter um peso adequado, uma alimentação saudável e equilibrada, evitar hábitos tóxicos (tabaco, álcool) e manter-se ativo tanto física quanto intelectual e socialmente. Tanto o humor quanto a boa qualidade do sono também são importantes e não devem ser negligenciados”, disse o especialista.

“O tratamento da doença consiste não apenas em medicamentos, mas também em estratégias e diretrizes de estimulação cognitiva para orientar o paciente e seus cuidadores ou aqueles ao seu redor”, acrescentou Leiguarda.

Os exames neurológicos são recomendados em caso de sintomas, sejam percebidos pelo próprio paciente ou pelos que o rodeiam: esquecimento, dificuldades em encontrar palavras, episódios de desorientação, alterações comportamentais e falha na resolução de problemas.

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