A oposição venezuelana repudiou as ameaças do chavismo de prender Juan Guaidó

O bloco observou que “a declaração do Sr. Elvis Amoroso faz parte do padrão sistemático de perseguição política”, disse.

El líder opositor venezolano Juan Guaidó habla hoy durante una rueda de prensa en Caracas (Venezuela). EFE/RAYNER PEÑA R

A oposição venezuelana liderada por Juan Guaido rejeitou na quinta-feira a “nova investida” do regime contra o presidente interino e o grupo que o acompanha, a quem o controladoria-geral do país caribenho, Elvis Amoroso, anunciou que denunciaria o suposto roubo de recursos do Parlamento no período em que o bloco antichavista foi no comando (2016-2021) e até ameaçado de prender o líder da oposição.

“A declaração do Sr. Elvis Amoroso, sancionada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos por se emprestar à fraude pela ilegítima Assembleia Nacional Constituinte, faz parte do padrão sistemático de perseguição política contra a liderança da oposição na Venezuela”, disse o setor de oposição em um declaração.

Na apresentação do seu relatório anual de gestão ao Legislativo na quarta-feira, Amoroso disse que o “conselho de administração anterior” que estava na Assembleia Nacional (AN, Parlamento) chefiada por Guaidó “roubou até os cabos, desmantelaram toda esta Assembleia Nacional”.

Iremos à Procuradoria-Geral da República nas próximas semanas para fazer todo o possível para que esses senhores estejam de uma vez por todas atrás das grades”, disse.

Esta declaração, continua o grupo antichavista, “demonstra a ausência do Estado de direito, independência judicial e garantias no exercício dos direitos civis e políticos na Venezuela”.

Ele indicou que este “novo ataque da ditadura” ocorre no contexto da recente visita do Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, à Venezuela, onde anunciou a instalação de um escritório para continuar a investigação de supostos crimes contra a humanidade em o país.

“É assim que a ditadura atua na Venezuela: por um lado, simula uma renovação dentro do Supremo Tribunal de Justiça que busca fugir da justiça e impedir que a cadeia de comando seja investigada por crimes contra a humanidade e, por outro lado, essa mesma cadeia de comando persegue, assedia e intimida representantes da oposição democrática do canal do Estado”, assegurou.

Os opositores alertaram as agências e a comunidade internacional de que se nos próximos dias “algo acontecesse” a Guaidó ou a um dos líderes da oposição, “estaria sob a responsabilidade do ditador Nicolás Maduro”.

Em 7 de janeiro, o Parlamento de maioria chavista criou uma comissão especial para investigar, no prazo de um mês, os “crimes” alegadamente cometidos por opositores liderados pela legislatura nos últimos cinco anos.

Em 4 de março, a AN reiterou a exigência de que a Justiça exerça “ações contundentes” contra Guaidó, a quem acusou de “crimes contra a República”, entre 2016 e 2021, quando era deputado.

(Com informações da EFE)

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