Três feminicídios ocorreram em Cauca durante a última semana

Organizações que defendem os direitos das mulheres e feministas nesta área do país estão em alerta máximo. Por sua vez, o Cric indicou que durante este ano houve sete assassinatos de mulheres comunais em Cauca

Guardar

As autoridades indígenas de Jambaló (Cauca) informaram que na tarde de 4 de abril foi encontrado o corpo sem vida de Flor Nohemy Quiguanás, menor indígena de 14 anos e membro da comunidade da aldeia La Marqueza.

Segundo a comunidade, o caso de feminicídio teria sido executado por José Oliverio Tenorio Chocue, membro da comunidade da Reserva Indígena de São Francisco, que havia esfaqueado a jovem em várias partes de seu corpo. Os eventos ocorreram no Território Indígena de Playón Naya.

O Conselho Regional Indígena de Cauca (Cric), por meio de uma declaração, rejeitou esse ato e exigiu justiça imediata pela vida dessa vítima, e também sustentou que:

“Cortar o ciclo de vida de uma mulher indígena e de mais de uma adolescente é um ato violento de extrema violação dos direitos das mulheres, adolescentes e povos indígenas. Por ser mulher, ela representa para nossa cultura uma fonte de vida e sobrevivência. É uma desarmonia que prejudica a mãe terra e a natureza. É um afeto da comunidade, ao plano de vida e ao nosso processo organizacional”, disse a autoridade.

Membros do Cric destacaram que durante este ano houve sete assassinatos de mulheres comunais em Cauca, incluindo líderes e autoridades ancestrais, “eles foram treinados para defender sua comunidade e, assim, preservar a antiga tradição de seu povo de resistir”, diz o documento.

Você pode se interessar: O compositor de Vallenato Alberto 'Tico' Mercado foi enviado para a prisão acusado de tentativa de feminicídio

Mas a jovem Flor Nohemy Quiguanás não foi a única vítima de feminicídio neste departamento na última semana. Os outros dois casos ocorreram nos municípios de Guapi e Miranda. Por causa desses fatos, organizações que defendem os direitos das mulheres e feministas nesta área do país estão em alerta máximo.

Em 3 de abril, o feminicídio de Gloria Amparo Montoya Caicedo foi registrado. De acordo com comerciantes e moradores de Miranda, o corpo da vítima apareceu ao lado da estrada de acesso ao bairro de La Cristalina.

Por sua vez, as autoridades informaram que sujeitos armados chegaram ao estabelecimento onde a cidadã permaneceu e depois atiraram nela. “A mulher registra um ferimento de bala na cabeça, possivelmente sendo levada a esse ponto e depois finalizada”, diz o relatório preliminar do caso.

A outra fatalidade ocorrida nos últimos sete dias em Cauca foi Gloria Estefan Restrepo Benjumea, que teria sido morta a tiros no último sábado, 2 de abril, no município de Guapi. Testemunhas disseram à mídia local que, “pessoas armadas interceptaram a vítima enquanto ele estava em um lugar no setor”.

Posteriormente, em meio ao processo judicial, as autoridades constataram que a vítima, de 30 anos, era uma trabalhadora do sexo dessa localidade. “A senhora foi baleada à vista de todos, em plena luz do dia, especialmente quando a área onde ocorreu esse homicídio é muito popular porque há estabelecimentos de diversão noturna”, explicou a polícia municipal.

Enquanto isso, a secretária para as mulheres em Cauca, Rosalbina Valdez, indicou que processos de investigação estão sendo trabalhados para capturar os responsáveis por esses ataques mortais, apoiados por outras entidades, como o Ministério Público e a Polícia Nacional.

Deve-se notar que em 2 de março, o diretor seccional do Procurador-Geral de Cauca, Gustavo Alfredo Montoya, afirmou que em 2022 houve 142 casos de violência contra a mulher no departamento, dos quais “68 têm esclarecimentos avançados e importantes atividades investigativas foram realizadas”, ele disse em sua prestação de contas trimestral.

CONTINUE LENDO:

Guardar