Os direitos das marcas registradas no Metaverso: como protegê-las?

Embora ainda existam muitas lacunas no mundo virtual para proteger os direitos de marca registrada, uma descrição adequada dos serviços e produtos a serem identificados é a chave

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O 'Metaverso' é apresentado como o futuro da dinâmica de socialização, não só das empresas, mas da humanidade, um conceito que poderia ser resumido em um mundo de realidade virtual em que as pessoas poderiam socializar, brincar e trabalhar.

Embora para muitos ainda seja muito difuso, convida os proprietários de marcas registradas a começar a entender quais ferramentas eles têm para proteger seus direitos neste mundo virtual paralelo.

Em declarações à INFOBAE COLOMBIA, Lola Kandelaft, especialista em propriedade intelectual, há duas perguntas que precisam ser respondidas; a primeira tem a ver com a categoria em que a marca deve ser registrada para se aplicar a produtos ou serviços virtuais oferecidos no Metaverso.

“Ao solicitar um registro de marca, o requerente deve escolher a classe ou classes para as quais eles precisam de proteção e fornecer uma lista detalhada dos produtos e/ou serviços que a marca registrada protegerá. Nesse caso, o princípio da especialidade estabelece que o direito de uso exclusivo é limitado aos produtos ou serviços para os quais a marca foi registrada. Esse princípio está incorporado na Classificação Internacional de Nice, que agrupa uma grande lista de produtos e serviços em 45 categorias”, explicou Kandelaft, que é um dos especialistas colombianos mais abrangentes no assunto.

Agora, nenhuma dessas categorias inclui produtos virtuais, como os oferecidos no Metaverso, e existem apenas alguns serviços virtuais, por exemplo, os de “Realização de exposições virtuais online” ou “Serviços de entretenimento, ou seja, ligas virtuais de basquete”.

Por outro lado, a segunda questão está relacionada ao território em que devo registrar minha marca para que ela tenha efeitos legais no Metaverso.

A territorialidade é outro princípio contestado pelo mundo virtual, uma vez que as fronteiras físicas não nos permitem determinar com certeza o alcance do direito à exclusividade; uma situação que não é nova para o advogado, mas em relação à qual “a jurisprudência aplicável consiste em determinar o alvo audiência de um site ou loja de comércio eletrônico, levando em consideração o idioma e a moeda utilizados, a extensão do domínio ou os destinos para os quais eles oferecem remessas”, disse o especialista da INFOBAE COLOMBIA.

No entanto, para responder a ambas as perguntas, Lola Kandelaft insiste que devemos aguardar o desenvolvimento jurisprudencial dos tribunais, e que as regras de propriedade intelectual são atualizadas para se adaptar a essa nova realidade, que desafia os princípios fundamentais do direito de marcas.

De acordo com o relatório “Labor Trends Index” da Microsoft, 52% dos funcionários consideram a transição para um modelo híbrido ou remoto em sua função atual no próximo ano. O relatório vem de um estudo externo com 31.000 pessoas em 31 países, incluindo Argentina, Brasil, Colômbia e México.

Nesse contexto, onde as pessoas estão priorizando a digitalização, 54% dos tomadores de decisão dentro das empresas (diretores e gerentes) dizem que no próximo ano concentrarão seus esforços no redesenho das salas de reunião para serem mais amigáveis ao trabalho híbrido. Isso significa que eles investirão em mais tecnologia e suporte para sustentar um modelo onde a virtualidade diz presente.

Ao ler essas tendências, não se pode deixar de pensar que o metaverso está começando a aparecer fortemente como um ambiente de interação onde a realidade virtual e aumentada buscarão aprimorar, entre outras coisas, o trabalho remoto e híbrido. O relatório deixa claro que os funcionários não querem deixar o escritório doméstico completamente para trás.

Em contexto | Como o metaverso será aplicado no trabalho - Infobae

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