O comércio ilegal de vida selvagem movimenta entre 20 e 40 bilhões de euros por ano, disse o Ministério do Meio Ambiente

Segundo a entidade, em 2021, 18.636 indivíduos da fauna e 282.147 da flora foram apreendidos na Colômbia, o que representou 2325 capturas.

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Durante a Segunda Conferência de Alto Nível das Américas sobre o Comércio Ilegal de Vida Selvagem, realizada no departamento de Bolívar, com a participação do Reino Unido e de diferentes países da América Latina, o Ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Carlos Eduardo Correa, destacou a importância do avanço de ações concretas para lidar com o tráfico de animais silvestres e exigiu conscientização para alcançar esse objetivo comum.

“O comércio ilegal de vida selvagem movimenta, anualmente, entre 20 e 40 bilhões de euros globalmente. Este é um dos negócios mais lucrativos do planeta e grande parte desse tráfego de vida selvagem vem de nossos países”, disse Correa.

O chefe do portfólio ambiental pediu ações para enfrentar esse flagelo que hoje afeta a biodiversidade do planeta. “Hoje estamos vendo uma crise tripla no mundo: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Estamos aqui para trabalhar em uma das ações que, se nos unirmos, será duradoura, e isso é para impedir a perda de biodiversidade. Pedimos ação, o que vamos fazer? Todos nós aumentaremos a conscientização, educaremos e trabalharemos com o mesmo propósito. Devemos ensinar aos cidadãos o patrimônio natural que temos”, disse Correa.

Além disso, ele ressaltou que a Colômbia tem duas ferramentas valiosas para combater o comércio ilegal de fauna e conter a perda de biodiversidade: a Lei de Crimes Ambientais, que criminaliza esse crime com até 12 anos de prisão, e a Lei 2153 de 2021, que criou o Sistema de Informação, Registro e Monitoramento, que permite controlar, prevenir e prevenir o tráfico ilegal de fauna e flora selvagens na Colômbia.

Por sua vez, Zac Goldsmith, Ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, salientou que “estamos interrompendo as cadeias de suprimentos e trabalhando com o setor privado. Também estamos ajudando as comunidades a construir meios de subsistência sustentáveis para que possam evitar esse tráfico de vida selvagem. Precisamos seguir em frente e aproveitar o progresso da COP26, construindo uma estrutura robusta para que possamos restaurar a natureza durante esta década. Se continuarmos afetando os ecossistemas, tudo o que queremos alcançar sairá do controle”.

Por sua vez, Pierre Lapaque, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), disse que “no UNODC reiteramos nosso compromisso com o cumprimento da legislação ambiental na região para conter esse grave flagelo que ameaça a vida selvagem e a sustentabilidade”.

Ressalta-se que, segundo a entidade, em 2021, foram apreendidos 18.636 indivíduos da fauna e 282.147 da flora na Colômbia, o que representou 2325 capturas. Os departamentos em que mais ocorreu essa prática ilegal foram Cundinamarca, Santander, Córdoba, Antioquia, Sucre, Bolívar e Atlántico. Entre as espécies da fauna mais traficadas estão tartarugas, hicoteas, matamata, iguanas, babillas, canários, papagaios, arara azul-amarela, macacos-aranha, saguis de cabeça branca e cara branca e flora, palmeiras e guaduas.

Entre as medidas que implementaram para deter o tráfico está a Rede Binacional para o Controle do Tráfico Ilegal de Vida Selvagem na Zona de Integração Fronteiriça Equador-Colômbia, e está avançando na construção de uma estratégia de prevenção, controle e manejo sustentável da vida selvagem recursos florestais e sistemas hidrobiológicos na Zona de Integração Fronteiriça Peru-Colômbia, com o objetivo de fortalecer o uso sustentável desses recursos.

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