MOE pede ao cartório que explique inconsistências na contagem de votos

A Missão de Observação Eleitoral fez uma comparação entre os resultados da pré-contagem e os resultados mais recentes da contagem e identificou uma série de irregularidades.

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A Missão de Observação Eleitoral (MOE) pediu na terça-feira ao Registro Nacional do Estado Civil que forneça explicações claras e suficientes sobre as inconsistências que surgiram no processo de pré-contagem das eleições legislativas de 13 de março. Ele também pediu aos cidadãos e organizações políticas que continuem monitorando o processo de contagem com “atenção especial e paz de espírito”.

A análise dos resultados da pré-contagem e o desenvolvimento do escrutínio realizado pela OEM mostraram um padrão de inconsistências na transmissão de informações. Segundo a organização, essa situação afetou “os resultados da pré-contagem do Congresso da República, tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados”.

A revisão da EOM no Senado e na Câmara dos Deputados

Na revisão para o Senado, a EOM evidenciou há algumas semanas que “os resultados da pré-contagem não eram consistentes, nem com as informações contidas nos formulários E-14, nem com o processamento dos resultados que está sendo realizado nos comitês de contagem”.

De fato, diante das irregularidades que surgiram com o Pacto Histórico, a diretora da EOM, Alejandra Barrios, apontou que houve “um comportamento atípico” com esses votos. A organização solicitou a verificação de 28.466 mesas nas quais a coalizão não tinha votos.

Em frente à Câmara dos Deputados, a EOM realizou o mesmo exercício de revisão comparando os resultados da pré-contagem com as informações da contagem com um corte de 99,8% em 4 de abril de 2022. A entidade constatou que 17 listas no distrito territorial apresentavam inconsistências em 14 departamentos. As partes afetadas foram: o Pacto Histórico, o Novo Liberalismo, o Centro Democrático, a Aliança Verde, a Força Cidadã, a Coalizão Centro Esperanza, entre outros.

“Ao acompanhar o processo de contagem, a EOM observou que muitas dessas inconsistências foram progressivamente corrigidas”, esclareceu a organização de supervisão em um comunicado à imprensa. No entanto, enfatizaram que as etapas finais desse procedimento ainda estão pendentes de conclusão devido às denúncias das várias organizações políticas, que serão realizadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A posição perante o cartório

A EOM afirmou que a explicação do Registrador para essas inconsistências “se concentrou em apontar erros no preenchimento de formulários E-14 por júris votantes”, bem como em problemas com o design do mesmo documento.

“No entanto, a Câmara dos Deputados não replica a dificuldade de leitura do E-14 que foi alegado para o Senado da República devido ao uso de asteriscos”, explicou a organização. Isso levando em consideração que, neste caso, houve uma melhor distribuição de espaços devido ao menor número de candidatos por organização política.

Para essas descobertas, a EOM solicitou ao Escritório de Registradores que fornecesse explicações abrangentes e precisas sobre as diferenças encontradas entre o conteúdo dos formulários E-14 e a transmissão de dados da pré-contagem de ambas as câmaras no Congresso.

“Os erros sistemáticos evidenciados resultaram em perda de confiança por parte dos cidadãos e das organizações políticas, na certeza do desenvolvimento dos processos eleitorais e seus resultados”, concluiu a EOM no comunicado de imprensa. Por sua vez, ele vê a situação como relevante devido às próximas eleições presidenciais que o país experimentará.

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