Ministério Público pede à JEP que investigue a relação dos agentes do Estado com as FARC

Além disso, o cão de guarda pediu para fornecer medidas de proteção a dez vítimas, abrir mais quatro macro-casos e fortalecer sua sala de investigações

Recentemente, um documento da Procuradoria Geral da Nação chegou aos escritórios da Jurisdição Especial para a Paz (JEP). Entre as 24 páginas que compõem o relatório do Ministério Público, o Ministério Público solicitou ao JEP que investigasse as ligações entre agentes do Estado e terceiros civis com os ex-guerrilheiros das FARC.

No documento conhecido pela W Radio, a procuradora delegada ao JEP levantou seus pedidos e observações sobre os novos macro-casos que em breve serão abertos por este tribunal. Sobre a linha de investigação e relacionamento entre funcionários públicos e ex-guerrilheiros, ele explicou que “assim como procuramos investigar e julgar esse conluio, cooperação e alianças ocorridas entre membros das forças de segurança com terceiros e com agentes do Estado não membros das forças de segurança, o mesmo deve ser feito com as FARC”, diz o documento.

Este pedido do Gabinete do Procurador é feito no âmbito da abertura de novos macro-casos pelo PEC, “estes serão de âmbito nacional, organizados de acordo com os diferentes atores e incluirão uma multiplicidade de condutas criminosas, a fim de cobrir todos os padrões macro-criminais dos armados conflito”, afirmou em seu momento o tribunal de paz.

No documento conhecido pela mídia, a entidade nacional afirmou que “devem ser abertos quatro novos macrocasos relacionados aos seguintes atos vitimizadores: deslocamento forçado, desaparecimento forçado, crimes de violência sexual e uso de métodos e meios ilegais de guerra. O exposto, de acordo com o princípio da centralidade das vítimas e com ele, pedidos feitos por elas e por organizações da sociedade civil”, lê-se no documento.

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Eles também alertaram o PEC que é necessário fortalecer sua Câmara de Exames, que é responsável pelas investigações. Isso em vista da abertura dos novos macro-casos, alertando que, se eles não o fizerem e mantiverem sua infraestrutura de pessoal atual, não cobriria adequadamente as novas linhas de pesquisa.

Na mesma linha, o Gabinete do Procurador foi enfático que, “os objetivos perseguidos com a priorização desses novos macro-casos não serão alcançados com os recursos humanos atualmente disponíveis para a Câmara. Por isso, reitera-se a necessidade de uma transformação e adaptação da Câmara para atender às demandas e expectativas da justiça”, conclui.

Em relação às reclamações sobre a falta de garantias de segurança para as vítimas, o cão de guarda solicitou medidas de proteção para 10 pessoas que relataram estar em risco em suas vidas ou integridade. “Que um processo de monitoramento e implementação oportuno e abrangente seja articulado, em coordenação com outras autoridades e agências de segurança do Estado, para garantir que essas medidas de proteção tenham uma verdadeira materialização”, disseram os procuradores delegados.

Eles também pediram o fortalecimento do cuidado diferenciado para a população étnica e deficiente e para que uma lupa seja dada às denúncias de ameaças das vítimas, bem como os locais onde essas vítimas, eles alegaram que há restos de pessoas desaparecidas.

Portanto, outro dos pedidos dos procuradores ao PEC é fornecer medidas cautelares ao Cemitério Central de Bucaramanga (Santander), ao Cemitério de Cartago (Valle del Cauca) e às proximidades dos municípios de Lengupá (Boyacá) e Charalá (Santander), locais onde corpos de Pessoas desaparecidas são supostamente encontradas durante o conflito armado na Colômbia.

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