Joe Biden denunciou “graves crimes de guerra” cometidos pela Rússia na cidade de Bucha

O presidente dos EUA referiu-se às imagens da cidade ucraniana que horrorizaram o mundo ao mostrar um assassinato indiscriminado de civis por tropas russas.

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U.S. President Joe Biden addresses
U.S. President Joe Biden addresses the North America’s Building Trades Unions (NABTU) Legislative Conference in Washington, U.S., Aprl 6, 2022. REUTERS/Kevin Lamarque

O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou na quarta-feira o assassinato de civis ucranianos alegadamente por tropas russas na cidade de Bucha de “graves crimes de guerra”.

“Tenho certeza de que você já viu as imagens de Bucha fora de Kiev: corpos deixados nas ruas quando as tropas russas recuaram, alguns tiros na nuca e mãos amarradas atrás das costas”, disse Biden em um evento sindical.

“O que está acontecendo não é nada além de crimes de guerra graves”, disse.

Nesse sentido, Biden anunciou um bloqueio total dos dois principais bancos russos, intensificando assim o bloco financeiro do país em retaliação à invasão da Ucrânia.

Miembros del Servicio Estatal de Emergencias recogen municiones después de la retirada de Rusia del área, en Bucha, Ucrania (REUTERS)

Deixei claro que a Rússia pagaria um preço severo e imediato por suas atrocidades em Bucha. Hoje, junto com nossos aliados e parceiros, estamos anunciando uma nova rodada de sanções devastadoras”, disse o presidente Joe Biden no Twitter

Um alto funcionário do governo explicou em uma ligação com jornalistas o “bloqueio total” do Sberbank e do Alfa Bank, as maiores instituições financeiras do país: as medidas proíbem seus ativos de entrar em contato com o sistema financeiro dos EUA e impedem os americanos de fazer negócios com ambos instituições.

Em comunicado, o Sberbank respondeu que as sanções não teriam um efeito significativo nas suas operações, tendo se adaptado às medidas anteriores.

Washington disse que as iniciativas, que também afetaram as duas filhas de Putin, pretendem transformar a Rússia em um “pária” da economia mundial.

El presidente ucraniano, Volodimir Zelensky (Chris McGrath/Getty)

A ONU também vê “sinais claros de crimes de guerra” em Bucha

A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu, falou em linha com Biden e disse na quarta-feira que vê “sinais muito graves” de possíveis “crimes de guerra” em Bucha.

Em um comunicado, Nderitu exigiu “uma investigação eficaz e independente que leve à responsabilização criminal pelo assassinato de civis” naquela população.

As autoridades ucranianas relataram a descoberta de mais de 400 corpos nas ruas de Bucha, uma cidade controlada por várias semanas pelas tropas russas.

Volodimir Zelensky hablando ante la Asamblea General de la ONU (REUTERS)

O presidente ucraniano Volodymir Zelensky visitou Bucha na segunda-feira e defendeu levar o massacre à “justiça internacional”.

Zelensky está constantemente defendendo o endurecimento das sanções. “Não posso tolerar qualquer indecisão depois de tudo o que passamos na Ucrânia e de tudo o que as tropas russas fizeram”, disse ele ao parlamento irlandês.

Várias autoridades internacionais temem que outras “atrocidades” semelhantes às de Bucha apareçam quando as tropas russas recuarem para o leste.

A Rússia nega ter cometido atrocidades e garante que as imagens de Bucha sejam um palco plantado para causar impacto internacional e reforçar sanções. Putin os chamou de “provocação grosseira e cínica” na quarta-feira.

Soldados ucranianos caminan junto a un tanque ruso destruido en Bucha, Ucrania (REUTERS/Alkis Konstantinidis)

Mas a Alemanha, um país com forte dependência do gás russo, afirmou que as imagens de satélite mostram que a versão de Moscou “é insustentável”.

Essas imagens, tiradas quando a cidade estava sob controle russo, mostram o que parecem ser corpos deitados nas ruas, em lugares onde foram encontrados por forças ucranianas e por jornalistas quando os russos se retiraram.

“As últimas notícias da guerra na Ucrânia mostram novas atrocidades, como o massacre de Bucha, e crueldade horrenda”, disse o Papa Francisco nesta semana.

(Com informações da AFP e da EFE)

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