Ignacio Mier, coordenador do partido Movimiento de Regeneración Nacional (Morena), falou sobre a polêmica desencadeada ontem na Câmara dos Deputados sobre a recusa dos congressistas em observar um minuto de silêncio devido à perda de vidas humanas na invasão russa da Ucrânia. Da mesma forma, ele considerou como “conservadorismo” a proposta apresentada pelo Congresso dos EUA de retirar o visto de funcionários que os acusavam de serem “pró-russos”.
Foi através de sua conta oficial no Twitter que Ignacio Mier, retomando a declaração do Congresso dos Estados Unidos, endossou a posição do México e do partido cereja sobre o conflito, argumentando que o país condena totalmente a invasão, mas rejeita atitudes de interferência e pressão de todos os tipos.
“A posição do #México no conflito Rússia-Ucrânia é clara: condenamos essa ação e esperamos pela paz. Mas rejeitamos atitudes interferentes e pressões de todos os tipos em relação ao nosso país. As “listas negras” referem-se aos aspectos mais sombrios do conservadorismo”, escreveu o deputado do partido Movimiento de Regeneración Nacional (Morena).
Durante a sessão do Congresso mexicano na passada terça-feira, a deputada do Partido de Ação Nacional (PAN), Mariana Gómez del Campo Gurza, propôs observar um minuto de silêncio pelas vítimas mortais deixadas pela invasão russa da Ucrânia; isso depois de as autoridades ucranianas terem revelado que mais de 400 corpos foram recuperado na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, depois que as tropas russas deixaram a área.
Cidadãos ucranianos denunciaram o massacre cometido pelo exército russo naquela cidade no norte do país, que foi sitiada e bombardeada durante semanas e na qual centenas de corpos foram encontrados em suas ruas, a maioria civis, após serem recuperados pelas tropas do país.
No entanto, os deputados do partido Movimiento de Regeneración Nacional (Morena) se opuseram diretamente à iniciativa do panista, argumentando que poderia ser uma montagem ou que tal ação poderia significar a submissão do México aos Estados Unidos. Essa situação causou grande polêmica entre os congressistas e os cidadãos, então eles soaram a festa da cereja por supostamente se pronunciar. abertamente como “pró-russos”.
Em resposta à discussão na Câmara dos Deputados, o vice-coordenador da bancada Morena, Leonel Godoy, rejeitou o ato simbólico de observar um minuto de silêncio, pois considerava que até aquele momento não se sabia ao certo se era algum tipo de montagem.
Além disso, o funcionário fez comentários irônicos contra a deputada do PAN Mariana Gómez del Campo, a quem convidou a comparecer perante instâncias internacionais como “correspondente de guerra” para apresentar o caso.
O posicionamento dos deputados do partido Movimiento de Regeneración Nacional (Morena) levou o congressista texano, Vicente González, a apresentar uma proposta para retirar o visto de entrada nos Estados Unidos para 25 cidadãos mexicanos como “pró-russos”.
Vicente González indicou que, embora o próprio presidente López Obrador “continue a assumir uma postura pública neutra diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, “as ações tomadas por membros de seu próprio partido Morena e outros sugerem o contrário”, e concluiu considerando-o infeliz que o próprio vizinho dos EUA já não se juntou às democracias internacionais na condenação da Rússia e na imposição de sanções a ela.
Entre os funcionários que podem perder a permissão para entrar no país dos Estados Unidos estão os nomes do deputado do Partido Trabalhista (PT), Gerardo Fernández Noroña, Alberto Anaya Gutiérrez, presidente do PT, ex-deputado por Nuevo León, Santiago González Soto, entre outros.
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