A Comissão de Direitos Humanos (CNDH) emitiu uma recomendação à Secretaria da Marinha (SERMAR) por omissões no caso de vítima de assédio sexual dentro do Centro de Estudos Navais Superiores (CESNAV) localizado na Cidade do México.
De acordo com o documento, a vítima, que trabalhava como professora de inglês no Centro de Estudos Navais Superiores, teria sido estuprada há 4 anos.
Segundo informações oficiais, em 9 de junho de 2018, por volta das 3h, a jovem estava em sua casa, localizada na Cidade do México, quando um membro ativo da Marinha se apresentou. De acordo com a narrativa apresentada pelo CNDH, os dois se conheciam desde que o marinheiro era seu aluno.
A mulher reclamou que o elemento naval, que já havia se envolvido em comportamento agressivo, a havia submetido para impedi-la de gritar, posteriormente a estuprou.
Após o ocorrido, a mulher foi ao Ministério Público na Cidade do México onde foi informada de que deveria ir a uma agência especializada para a investigação de crimes sexuais, enquanto os funcionários que a trataram, apenas a exortaram a se reconciliar com seu agressor.
Como pano de fundo, desde 18 de maio de 2018, o Marín começou a assediá-la, por isso ela foi a várias autoridades da SEMAR, sendo atendida por conselheiros que foram nomeados para o caso, iniciados por possíveis atos de assédio sexual pelo elemento SEMAR.
Na primeira instância, a professora destacou que seu agressor havia se referido a ela de forma depreciativa em conversas de whatsapp às quais ela teve acesso depois que elas foram tornadas públicas. Nas mensagens, a marin alegou ter tido um relacionamento com ela e enviou uma fotografia na qual ela estava ensinando.
Em 7 de junho de 2018, a mulher expulsou os supostos atos de assédio contra ela, então as autoridades aplicaram como medida de sanção para demiti-lo das aulas de inglês porque de acordo com as declarações “... isso resolveria o problema”. No entanto, as agressões aumentaram.
Quatro kits de investigação surgiram do caso, um dos quais é para ameaças e os outros três para assédio e abuso sexual.
Em 8 de agosto de 2019, foi decidido que não havia vínculo com a acusação contra o agressor, na primeira pasta de investigação, “... uma vez que não havia suficiência probatória em relação à violência física e moral para sua atualização...”, argumentaram as autoridades.
Em 4 de agosto de 2019, em cumprimento ao mandado de prisão, o suposto agressor foi preso e colocado sob custódia na Prisão Norte; no entanto, “como não havia provas suficientes” em 8 de agosto desse mesmo, o elemento da marinha foi liberado.
Isso levou ao fato de que dias depois, a vítima solicitará proteção porque temia por sua integridade; portanto, em 14 de agosto, um juiz da Cidade do México concedeu-lhe medidas de proteção.
Deve-se lembrar que esta não é a primeira vez que a CNDH relata abusos cometidos por agentes da Marinha há poucos dias, a justiça mexicana prendeu três marítimos por torturar um casal de mulheres em 2011.
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