A explicação da FIFA após um debate sobre “partidas de 100 minutos” foi montado na Copa do Mundo no Catar

Nas últimas horas, supostas declarações do presidente da FIFA viralizaram, o que disparou os alarmes para uma possível mudança regulatória. A realidade de seus ditos

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Soccer Football - World Cup - Final Draw - Doha Exhibition & Convention Center, Doha, Qatar - April 1, 2022 FIFA president Gianni Infantino and Emir of Qatar Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani during the draw REUTERS/Kai Pfaffenbach     TPX IMAGES OF THE DAY
Soccer Football - World Cup - Final Draw - Doha Exhibition & Convention Center, Doha, Qatar - April 1, 2022 FIFA president Gianni Infantino and Emir of Qatar Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani during the draw REUTERS/Kai Pfaffenbach TPX IMAGES OF THE DAY

Nesta quarta-feira, os principais portais de notícias ecoaram a suposta notícia de que a FIFA marcaria partidas de 100 minutos durante a Copa do Mundo de 2022 no Qatar, uma mudança revolucionária para o futebol que acendeu o debate nas redes sociais. No entanto, trata-se de uma interpretação incorreta de algumas declarações de Gianni Infantino.

O chefe do futebol viajou para a Itália para participar da homenagem ao 100º aniversário do nascimento de Artemio Franchi, ex-presidente da UEFA e vice-presidente da FIFA. Durante sua estada, ele foi consultado sobre vários aspectos e no diálogo que manteve com alguns meios de comunicação surgiu a discussão sobre o tempo de jogo nas partidas.

É que, devido ao sistema de adição de minutos após a conclusão dos 90 regulamentos, no futebol o tempo de jogo líquido acaba sendo menor que o real. Para dar contexto, o tempo morto — sem ação — costuma ser superior a 35 minutos. “O conceito por trás do enredo é que você paga por 90 minutos, não pelos 50 minutos reais de jogo”, disse Infantino, em declarações publicadas pelo jornal Corriere dello Sport.

El Mundial FIFA comenzará el 21 de noviembre (Reuters)

Embora tenha reconhecido que a FIFA deveria trabalhar nisso, ele alertou que não é fácil: “Para a introdução do 'tempo efetivo', é necessária uma mudança regulatória por parte do IFAB. E então o caminho prático é o da recuperação.” O IFAB (International Football Association Board) é o órgão responsável pelos regulamentos do futebol, portanto, nenhuma regra pode ser alterada sem o seu consentimento.

Nesse contexto, Infantino disse: “No Qatar 2022, vamos esperar partidas de 100 minutos, com extensões significativas”. Essa frase, dita depois de lembrar que agora existem 10 mudanças por jogo, foi deturpada e mal interpretada pelo que desencadeou uma onda de versões sobre se a FIFA estenderia o tempo de jogo. Mas, se analisado adequadamente, pode ser perfeitamente entendido, já que hoje a grande maioria das partidas dura 100 minutos, 90 regulamentos, além de outras 10 adições (algumas no primeiro semestre e outras no complemento). As cinco substituições por equipe e as interrupções devido ao VAR fizeram com que as partidas durassem mais do que o estimado, mas não por causa da mudança de uma regra, mas para tentar recuperar parte do que foi perdido.

A questão gerou tanta agitação que a FIFA mais uma vez enfatizou em suas contas oficiais que as versões lançadas são imprecisas: “Depois de alguns relatórios e rumores divulgados hoje, a FIFA gostaria de esclarecer que não haverá mudança nas regras relativas à duração dos jogos de futebol para o 2022 FIFA Copa do Mundo Qatar 2022 ou qualquer outra competição”.

Durante sua visita ao Palazzo Vecchio em Florença, Infantino também foi questionado sobre a possibilidade de a Itália, que perdeu a repescagem para o Catar 2022 ao cair contra a Macedônia do Norte, se qualificar para a Copa do Mundo caso algum time, como a Rússia, seja punido pela FIFA. “Vamos ser sérios”, respondeu o líder, encerrando o debate: “Como italiano”, acrescentou, “é uma tristeza incrível, quero chorar, que a Itália não esteja na próxima Copa do Mundo, mas não só eu, todos os fãs de futebol”, encerrou.

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