Com um pouco de imaginação e um pouco de tecnologia, é possível recriar os rostos de diferentes membros da antiga realeza egípcia. Existem diferentes contas no YouTube que, usando ferramentas de design, mostram como seriam os rostos de diferentes personagens da história.
Por exemplo, o canal PhotoshopSurgeon, onde você pode ver diferentes transformações usando o programa Photoshop. Um dos clipes mais incríveis mostra o rosto da rainha Tiy, esposa do faraó egípcio Amenhotep III, que era mãe de Akhenaton e avó de Tutancâmon.
No vídeo você pode ver como a rainha foi “revivida” com base em sua múmia de 3.400 anos. É um passeio virtual passo a passo que dura pouco mais de três minutos.
O resto do canal mostra todos os tipos de transformações feitas com a ferramenta de edição acima mencionada: rejuvenescimento, mudanças de características, gênero e muito mais.
Para os amantes da história, o Canal Panagiotis Constantinou pode ser uma boa opção, já que a tecnologia é aplicada lá para recriar traços de diferentes personagens históricos. Há um vídeo mostrando especificamente os rostos humanos gerados a partir de múmias farônicas, no estilo do clipe anterior.
Por sua vez, você pode encontrar reconstruções dos rostos da rainha Elizabeth I da Inglaterra, Hernan Cortes, imperadores romanos e personagens de Antigua, Grécia.
Como mencionado, são todas criações feitas usando diferentes técnicas de reconstrução e edição digital. Mas além desses vídeos, há desenvolvimentos científicos que buscam saber com mais precisão como eram os diferentes personagens da história e isso requer análise de DNA.
Reconstrução de rostos usando DNA de mais de 2.000 anos atrás
Recorde-se que, no final de 2021, uma equipe de investigadores forenses de uma empresa de tecnologia recriou os rostos de três homens que viviam no Antigo Egito há mais de 2.000 anos. Com base em dados de DNA extraídos de seus restos mumificados, os pesquisadores criou modelos 3D que mostram como essas pessoas eram quando tinham 25 anos.
Cientistas da empresa norte-americana Parabon NanoLabs usaram um processo avançado conhecido como fenotipagem de DNA, que envolve a coleta de amostras de DNA e o uso de dados para prever os atributos físicos e bioquímicos observáveis de um organismo, juntamente com sua idade e cor da pele. Os três homens vieram da antiga cidade egípcia de Abusir el-Meleq, ao sul do atual Cairo.
As descobertas marcam “a primeira vez que a fenotipagem completa do DNA foi realizada no DNA humano dessa idade”, disse a Dra. Ellen Greytak, diretora de bioinformática da Parabon, em comunicado.
Explicando o difícil processo, o cientista disse que trabalhar com DNA humano antigo pode ser um desafio por dois motivos: O DNA geralmente é fortemente degradado e geralmente é misturado com DNA de bactérias.
As amostras das múmias, estimadas entre 2.023 e 2.797 anos, foram processadas por pesquisadores do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana e da Universidade de Tübingen, na Alemanha, instituições que trabalhavam ao lado da empresa americana desde 2017.
O trio de múmias foi nomeado JK2134, datando de 776-569 aC, JK2888, que se estima ter vivido por volta de 97-2 aC, e JK2911, que se acredita ter vivido por volta de 769-560 aC. Os cientistas pegaram os dados do European Nucleotide Archive (ENA), antes de sequenciá-los e “alinhá-los com o genoma humano de referência”. Um reparo enzimático do dano foi então realizado em cada amostra.
Para prever a cor da pele, pigmentação e ancestralidade dos homens, os cientistas usaram um método de fenotipagem chamado Snapshot. Usando esse método, os cientistas chegaram à conclusão de que a pele dos sujeitos era marrom claro, com cabelos e olhos escuros e sem sardas.
Os pesquisadores geraram malhas 3D que descrevem as características faciais das múmias. Eles calcularam mapas de calor para destacar as diferenças entre os três homens e refinar os detalhes de cada rosto. Depois disso, o artista forense Parabon combinou esses resultados com as previsões do Snapshot sobre as características faciais das pessoas.
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