Durante sua visita ao México, a subsecretária do Trabalho dos Estados Unidos, Julie Su, anunciou o investimento de US $28 milhões (MDD) para combater o trabalho infantil e forçado, bem como fortalecer os direitos dos trabalhadores mexicanos no norte e no sul do país.
De acordo com o subsecretário Su, $5 milhões serão alocados para reduzir o trabalho infantil, o trabalho forçado e as condições de trabalho que não são ideais para os trabalhadores na Baja California, Baja California Sur e Chihuahua, por meio da Social Accountability International.
Além disso, com a participação da Organização Internacional do Trabalho, um projeto de 13 milhões será criado para combater o trabalho infantil no sul do México, principalmente em Chiapas, Yucatan e Quintana Roo. Também procurará reduzir o tráfico de pessoas com países da América Central.
Da mesma forma, um montante de 10 milhões de dólares será concedido à organização internacional Solidarity Center, a fim de “promover a democracia sindical e fortalecer a representação dos trabalhadores”. Dessa forma, o objetivo é melhorar os acordos coletivos para aumentos salariais e condições de trabalho no setor industrial.
De acordo com a Pesquisa Nacional do Trabalho Infantil (ENTI), em 2019 havia cerca de 3,3 milhões de meninas e meninos de 5 a 17 anos que estavam em condições de trabalho infantil no México, representando 11,5% da população nessa faixa etária. 61% eram homens (2 milhões) e 39% mulheres (1,3 milhão).
Desse total, 1,8 milhões estavam trabalhando em uma “ocupação não permitida”; 1,3 milhão estavam envolvidos em tarefas exclusivamente domésticas “em condições inadequadas” e 262.000 estavam envolvidos em “ocupação não permitida em condições inadequadas”.
31,6% estavam envolvidos em atividades agrícolas; 24,5% estavam envolvidos na construção, mineração e indústria; 14% eram comércio; 7,9% eram vendedores ambulantes, enquanto 5,6% realizavam serviços pessoais e 5,4% eram trabalhos domésticos. Os estados que concentram a maior porcentagem de trabalho infantil são Oaxaca, Puebla, Chiapas, Michoacán e San Luis Potosí.
Se essa tendência continuar, os números podem aumentar para 5,5% devido ao impacto da pandemia COVID-19, de acordo com o Bureau of International Labor Affairs do Departamento do Trabalho dos EUA.
De acordo com a Lei Federal do Trabalho (LFT), é proibido empregar pessoas menores de 18 anos dentro do círculo familiar em atividades que ameacem sua saúde, segurança ou moralidade.
A este respeito, o funcionário dos EUA também realizou uma reunião com Luisa Alcalde, chefe do Ministério do Trabalho e Previdência Social (STPS), e estendeu um convite ao México para se juntar à Associação Multilateral de Organização, Empoderamento e Direitos dos Trabalhadores (M-Power por sua sigla em inglês), que é um iniciativa multilateral para garantir os direitos sindicais na economia mundial.
Recorde-se que, em 23 de fevereiro, o Senado aprovou uma ata para alterar o artigo 176, seção II, parágrafo 8 da LFT, a fim de legalizar o trabalho de adolescentes de 15 a 17 anos no setor agrícola (se não houver maquinário pesado), contra o qual a associação Save the Children no México decidiu contra isso porque afetaria a integridade dos menores.
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