23 estudantes de internato em Guaviare apresentam sintomas de malária ou dengue grave

Três estudantes não receberam atenção porque não são afiliados a nenhum EPS. O Gabinete do Procurador-Geral já respondeu

Nas últimas horas, soube-se que uma emergência sanitária está ocorrendo no internato Mocuare, localizado na aldeia de mesmo nome e a oito horas de rio do município de San José del Guaviare.

Os professores desta escola, na qual estudam sessenta menores, relataram que 23 crianças desenvolveram sintomas como dor de cabeça, convulsões, febre alta e gripe. Além disso, conforme relatado à Rádio Caracol, alguns começaram a sangrar pelo nariz, o que pode indicar que é dengue hemorrágica ou malária.

18 dessas crianças com sintomas são estudantes pertencentes à comunidade étnica jiw, quatro são mestiças e mais uma é filha de um professor que trabalha na mesma escola. Vinte das pessoas afetadas são afiliadas aos prestadores de serviços de saúde (EPS) Capital Salud e Nueva EPS.

De acordo com declarações entregues à mídia local, Marandúa Estéreo, pelo reitor da instituição, Merardo Castro, os 13 menores filiados à Nueva EPS foram transferidos para a ESE de San José del Guaviare. Passaram 12 horas no rio desde as 5 da manhã.

O relatório médico confirma que as crianças chegaram com alta temperatura e dificuldade para respirar. O diagnóstico preciso ainda é desconhecido, mas todos estão sob observação para decidir se serão hospitalizados ou não.

Mais sete crianças, que são membros da Capital Salud, entidade que não tem cobertura no departamento de Guaviare, tiveram que ser levadas por via fluvial para o município de Mapiripan, em Meta, para receber assistência médica.

Os professores do internato Mocuare têm duas preocupações. Uma é a condição de saúde de mais três estudantes, que não têm EPS e não foram recebidos em nenhum dos dois centros de saúde. A outra é que alguns professores se separaram de seus deveres para acompanhar menores e as mãos são necessárias no internato.

O procurador regional de Guaviare, Michael Steven Torres, emitiu uma carta ao Ministério da Saúde do Departamento para exigir a transferência imediata de crianças que estão doentes e ainda estão em Mocuare, protegida pela Lei 1952 de 2019, que exige atendimento em centros vitais de atendimento de emergência.

No entanto, o secretário de Educação do departamento, Luis Carlos Granados, disse que uma brigada de saúde será realizada neste fim de semana para revisar as condições de saúde do restante das 60 crianças que ainda estão detidas em Mocuare, além de fazer uma parada adicional em Corocoro.

Nesta terça-feira, 29 de março, a Procuradoria Geral da Nação organizou uma tutela para proteger os direitos à alimentação, saúde, educação, igualdade e dignidade humana de crianças e adolescentes beneficiários do PAE em Guaviare.

O Ministério Público ordenou que o Governo de Guaviare tomasse todas as medidas necessárias para garantir a prestação do PAE por meio de seu Ministério da Educação. A denúncia diz que, desde o início do calendário acadêmico de 2022, nenhum serviço desse tipo foi prestado, devido a atrasos no recrutamento.

O Departamento de Educação também deve garantir o funcionamento deste programa até o último dia do ano letivo, conforme indicado na decisão judicial.

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