Tumaco entre o lixo: plásticos e resíduos foram para as ruas e cursos de água

Os problemas para o município da costa de Nariño não se devem apenas ao conflito armado ou ao tráfico de drogas. Os habitantes estão afundando em um mar de resíduos.

Guardar

O dilema com o lixo no município do Pacífico Nariñense, a princípio, parecia um “leve” problema de planejamento por parte da Águas de Tumaco, uma empresa pública de serviços públicos de água, esgoto e banheiro. De acordo com os moradores, as praias foram as mais afetadas, especialmente após a temporada de férias.

Isso aconteceu há vários anos, mas no início de 2021, toneladas de lixo de todos os tipos foram represadas nas praias de Bajito. As imagens mostraram que para onde a água deveria ir, apenas ondas de resíduos foram vistas.

No grupo Foro por Tumaco Oficial, eles relataram com imagens o problema naquele momento. Eles apontaram que a mesma comunidade sempre acabava resolvendo o problema. “As pessoas têm que suportar o consumismo descontrolado daqueles que têm mais para gastar”, e acrescentaram que nos bairros de pessoas ricas estranhamente lixo se ele desaparecer.

Atualmente, 40% da população vive em áreas próximas ao mar ou que estão até na água. Estando imerso em uma área rica em biodiversidade, o impacto é muito severo, não apenas do lado ambiental; a saúde pública é outro problema, pois os habitantes vivem entre pragas, ratos, ácaros e outras espécies, que são atraídos pelo lixo. Os mais afetados são as crianças que já estão ficando doentes.

A comunidade reconhece que o problema não é apenas com as autoridades locais, há também um problema de “cultura cidadã”, às vezes eles preferem jogar fora os sacos de lixo e esperar que o mar os lave, em vez de esperar que o carrinho de coleta passe.

Grande parte do lixo são garrafas, embalagens de alimentos, restos de comida, entre muitos outros. Essa poluição tem gerado problemas ambientais, como o impacto da vida selvagem, principalmente animais marinhos. Por exemplo, as tartarugas são as espécies que mais ingerem sacolas plásticas, o que lhes causa obstruções intestinais, dizem ambientalistas que visitaram a área.

Os habitantes da praia de Bajito, por exemplo, não haviam informado se deixaram suas malas no local. De fato, em 2016 houve avisos porque de outras áreas, eles até deixaram escombros nesta praia. Mas, isso não isenta o gabinete do prefeito de tomar medidas para mitigar o problema. Dada a situação, a administração municipal realizou um dia de limpeza em fevereiro, onde tentou liberar algumas áreas de resíduos.

Tomada del Facebook de la Alcaldía de Tumaco.

Mesmo, a direção de Águas de Tumaco foi alterada, em 20 de março Heyra Castro assumiu o cargo. Essa administração ativou um plano de contingência para mitigar o problema da má disposição do lixo, instalando 15 tanques de aterro nos pontos críticos identificados. Além disso, ele anunciou que realizará um diagnóstico dos carros de coleta, trabalhará em campanhas educacionais e de conscientização.

Essas ações são realizadas com o objetivo de mitigar o problema do lixo, uma vez que grandes resíduos estavam sendo depositados em cantos e parques da cidade; o que gerou um processo de poluição ambiental, mas visual, tanto para quem mora em Tumaco quanto para quem o visita.

“Fizemos a limpeza desses espaços e nesses mesmos locais instalamos os tanques que têm furos para evacuar a água já que estamos no inverno”, disse o diretor de Águas de Tumaco ao Diario del Sur. Ele garantiu que esta não é a solução final, mas ajuda a prevenir, o que significa que gradualmente eliminará o dilema do lixo.

CONTINUE LENDO:

Guardar