Na quinta-feira, 31 de março, após o Banco da República ter aumentado a taxa de juros em 100 pontos base para 5%, os empresários colombianos garantiram que a medida poderia ter efeitos negativos na recuperação econômica.
Por sua vez, o presidente da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (Andi), Bruce Mac Master, disse que “o aumento da taxa de juros, por definição, tem efeitos em toda a economia. Claro que isso afeta o crédito e quando eles atingem seu objetivo, consumo, atividade econômica e emprego. É por isso que pedimos cautela em sua aplicação”.
Em relação ao declínio da taxa de desemprego em fevereiro, atingindo 12,9%, Cabal observou que “ainda há uma defasagem de quase 500.000 empregos que precisamos recuperar após a pandemia. De qualquer forma, acreditamos que também é um importante passo em frente nas principais cidades do país que mostram os efeitos da recuperação da economia na Colômbia”.
Por seu lado, o presidente da Andi salientou que “é necessário trabalhar de forma mais decisiva e conjunta para fechar a lacuna laboral entre homens e mulheres, que apesar de ter diminuído 1,8 pontos percentuais em relação ao segundo mês de 2022 com o de 2021, a taxa de desemprego das mulheres (16,5%) continuou a ser significativamente maior do que a dos homens (10,3%).
Em 31 de março, foi realizada a reunião de fim de mês do Banco da República, na qual o conselho de administração decidiu aumentar mais uma vez as taxas de juros. Esse novo aumento havia sido anunciado há algum tempo por analistas de mercado.
De acordo com informações fornecidas pelo gerente do Banco, Leonardo Villar, foi decidido que a política monetária aumentaria as taxas de referência em 100 pontos. Isso foi feito para continuar implementando as medidas necessárias para conter a inflação.
De acordo com a mediana de uma pesquisa recente da Reuters, o conselho do banco estaria inclinado a aumentar a taxa de juros de referência em 100 pontos base para 5 por cento, o maior aumento desde novembro de 1999. “O aumento das pressões inflacionárias, aliado ao rápido estreitamento do hiato do produto e amplos déficits gêmeos (déficits comerciais e em conta corrente), apoiam uma postura mais contrativa em relação à política monetária”, disse David Cubides, economista do Banco Itaú.
Por outro lado, os analistas não descartam que a autoridade monetária surpreenda com um aumento maior do custo do dinheiro, a fim de enviar um sinal mais forte ao mercado buscando conter as expectativas inflacionárias, numa altura em que os preços ao consumidor acumularam uma subida de 8.01% no final de fevereiro em termos anuais, muito longe da meta de 3 por cento.
“O que o Banco da República tem de fazer é enviar uma mensagem forte com o objetivo de controlar as expectativas de inflação”, explicou Munir Jalil, economista-chefe do BTG Pactual para a região andina, que espera um aumento de 200 pontos base para 6% nos próximos meses.
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