Red Wink: Teria funcionado para Sergio Fajardo deixar a cor verde para atrair liberais

O senador Horacio José Serpa, filho do falecido ex-presidente Horacio Serpa Uribe, é o primeiro seduzido. As redes do candidato já voltaram ao verde habitual

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A campanha do candidato presidencial à Coalizão Centro Esperanza, Sergio Fajardo, fez uma aposta arriscada na última quarta-feira: deixar de lado a cor verde que representa o ex-governador de Antioquia desde sua aspiração presidencial de 2018 de usar tons vermelhos em sua iconografia e redes sociais.

Como é habitual em tudo ao redor de Fajardo, a equipe de campanha não foi muito específica ao explicar a decisão em seu comunicado à imprensa. Segundo eles, a mudança de imagem ocorreu para incluir todas as forças políticas que compõem essa coalizão, “que inclui todos aqueles que concordam na luta contra a corrupção, a prioridade para a educação e a recuperação da segurança, a partir de uma perspectiva de centro e mudança real”.

Eles também garantiram que a imagem não será apenas vermelha ou verde: ela assumiria tons diferentes dependendo da ocasião, para que pessoas de todos os setores distantes dos extremos se sentissem identificadas.

No entanto, é um tanto suspeito que a primeira cor escolhida para fazer a mudança temporária da iconografia tenha sido o vermelho, que há quase dois séculos foi representativo do Partido Liberal Colombiano, o mais antigo do país, que não apresentou candidatos ao concurso presidencial e que atualmente é chefiado pelo ex-presidente Cesar Gaviria Trujillo.

Nesse ponto, vale lembrar que Gaviria e Sergio Fajardo não se dão bem. O líder liberal disse que, segundo ele, Sergio Fajardo representa moralidade questionável e posições que parecem mais ignorantes do que moderadas. Por sua vez, Fajardo disse de Gaviria que “ele não é um ser celestial, ele é um político comum e, de repente, até menos do que ninguém”.

Além disso, nas primeiras reuniões que manteve com a bancada liberal após as eleições legislativas de 13 de março, concluíram que “não vamos acompanhar a aspiração do candidato Sergio Fajardo, porque em várias ocasiões ele afirmou que não precisava do Partido Liberal para ganhar a presidência da República”.

Então, a mudança temporária de verde para vermelho pode ser interpretada como um aceno para militantes liberais que discordam da decisão do partido de se excluir completamente das negociações com o candidato da Coalizão Centro Esperanza.

Aparentemente, aconteceu. O primeiro liberal a mostrar apoio público a Sergio Fajardo não é nada desprezível: o senador Horacio José Serpa, filho e herdeiro político de Horacio Serpa Uribe, ex-presidente liberal falecido em outubro de 2020.

De acordo com um comunicado que Serpa publicou em sua conta no Twitter, ele tomou essa decisão porque Fajardo impediria “o país de se mover teatralmente para a esquerda ou para a direita. Devemos ter nossos olhos focados para frente, sem tirar os olhos dessa direção.”

Além disso, Serpa fez uma declaração muito provocativa em várias entrevistas e nas redes sociais: “Devemos votar com convicção, sem prestar atenção ao que os ex-presidentes querem nos impor”.

No entanto, a iconografia das redes sociais do candidato Fajardo já voltou à cor verde usual. Talvez a cor vermelha já tenha feito o que tinha que fazer. Qual será o próximo tom escolhido e para quem será direcionado?

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