Presidente Duque nega mortes de civis nas mãos das forças de segurança em operações em Putumayo

O presidente disse que o Exército tem sido claro nas informações sobre a operação que causou 11 vítimas na aldeia Alto Remanso, em Puerto Leguizamo. A Procuradoria Geral da Nação solicitou o relatório da operação militar e o Gabinete do Provedor de Justiça confirmou a morte de quatro civis durante os eventos.

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Colombia's President Ivan Duque speaks during an interview with Reuters in Bogota, Colombia October 16, 2020. Picture taken October 16, 2020. REUTERS/Luisa Gonzalez
Colombia's President Ivan Duque speaks during an interview with Reuters in Bogota, Colombia October 16, 2020. Picture taken October 16, 2020. REUTERS/Luisa Gonzalez

Apesar de a Ouvidoria ter confirmado a morte de civis no ataque militar realizado em 28 de março em Puerto Leguizamo (Putumayo), o Presidente da República, Iván Duque, disse na tarde de sexta-feira, 31 de março, que “o Exército agiu com todos os protocolos militares”.

Entre as vítimas denunciadas pela entidade, estavam o presidente do Conselho de Ação Comunitária, Divier Hernández Rojas, sua esposa, um adolescente de 16 anos e o governador indígena Pablo Panduro Coquinche.

Em relação a essa operação, o presidente Iván Duque, disse que as informações foram claras ao enfatizar que as pessoas mortas estavam armadas. “O Exército vem explicando ponto a ponto, primeiro o planejamento da operação e segundo as evidências de pessoal armado, de drogas, há apreensões e fora isso temos alguns de nossos homens feridos”, disse.

Da mesma forma, o chefe de Estado indicou que as Forças Militares responderão a todos os pedidos feitos pelos órgãos de fiscalização, como o caso específico da Procuradoria-Geral da República, insistindo que “não deve haver dúvida sobre as ações das autoridades”, disse o presidente que é menos de seis meses de entrega do poder.

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As palavras do presidente iriam contra o que foi dito pela entidade do Ministério Público, onde as alegações de organizações indígenas e sociais seriam confirmadas: “É importante deixar claro que todos os protocolos da força foram cumpridos e, é claro, nesse entendimento, todos atos urgentes devem ser realizados parte do Gabinete do Procurador-Geral da Nação e toda a clareza exigida por qualquer órgão de supervisão também terá que ser feita”, disse Iván Duque.

No mesmo dia das declarações do presidente, o Gabinete do Procurador Delegado para a Defesa dos Direitos Humanos enviou uma carta ao comandante das forças militares, Luis Fernando Navarro, que diz: “As pessoas dispensadas desta operação seriam uma mulher, uma presidente da ação comunitária conselho, um menor, um governador de uma reserva indígena e duas outras pessoas, bem como corpos desaparecidos. Essas informações são altamente contraditórias às informações oficiais apresentadas pelo Exército e pelo Ministério da Defesa Nacional à opinião pública”, afirma a carta.

“Portanto, é necessário lembrar que os ataques contra civis são proibidos pelo Direito Internacional Humanitário, razão pela qual é imperativo que o comando central das forças militares sirva para esclarecer o que aconteceu na operação realizada em 28 de março”, explicou o Gabinete do Procurador na carta enviada às Forças Militares.

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Finalmente, em suas declarações à imprensa, o presidente mais uma vez defendeu o Exército Nacional e deixou outro anúncio: “A outra mensagem básica é que a evidência que foi entregue também mostra claramente que os criminosos que estavam lá, o armamento que eles tinham e algo que nos machuca também alguns dos nossos homens-chave ficaram feridos naquela troca de tiros”, reafirmou.

Desde o dia do anúncio oficial, o Exército colombiano tem sustentado que “a operação militar realizada foi legal, legítima e cumpriu todos os protocolos e diretrizes estipulados na doutrina militar para o desenvolvimento de ações ofensivas contra estruturas criminosas, salvaguardando os seres humanos direitos e cumprimento das disposições do Direito Internacional Humanitário”.

O ministro da Defesa, Diego Molano, destacou que no local onde os eventos ocorreram “não havia camponeses inocentes, mas membros dos dissidentes das FARC”.

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