Julián Castillo: o jovem colombiano que pinta murais com sangue contra a violência.

Ele é Caleño, ele aponta para o avanço de Siloé através de sua arte e conversou com Infobae sobre o que seu trabalho e sua técnica particular significam

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Colombian artist Julian Castillo draws a mural depicting Puerto Rican singer Rene Perez, aka Residente, before painting it with human blood donated by volunteers, at the Siloe neighborhood in Cali, Colombia, on March 23, 2022, in rejection of violence. (Photo by Luis ROBAYO / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY MENTION OF THE ARTIST UPON PUBLICATION - TO ILLUSTRATE THE EVENT AS SPECIFIED IN THE CAPTION
Colombian artist Julian Castillo draws a mural depicting Puerto Rican singer Rene Perez, aka Residente, before painting it with human blood donated by volunteers, at the Siloe neighborhood in Cali, Colombia, on March 23, 2022, in rejection of violence. (Photo by Luis ROBAYO / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY MENTION OF THE ARTIST UPON PUBLICATION - TO ILLUSTRATE THE EVENT AS SPECIFIED IN THE CAPTION

Julián Castillo é Caleño, gosta de suco de frutas e acorda cedo para se exercitar. Ele é tatuador e artista. Ele conquistou vários recordes mundiais com seu trabalho e, recentemente, esteve no radar da imprensa internacional por seu retrato do cantor porto-riquenho Residente, feito com sangue humano. Segundo ele, a ideia é que o sangue é uma desculpa para a arte e não para a guerra. Na época, Infobae apresentou detalhes sobre seu trabalho. Nós o entrevistamos hoje.

Como você começa na arte?

Tudo começou porque percebi que conseguia desenhar bem, um pouco melhor que os outros. Foi na terceira série. Não me lembro de quantos anos ele tinha. Foi aí que eu continuei desenhando. Na escola, sempre me destaquei por fazer certo. Quando me formei, naquela época, fiz uma tatuagem e gostei de tudo o que isso implicava, então decidi aprender a fazer. Eu montei meu estúdio e também comecei a pintar nas ruas. Foi o ano de 2010. Saí para pintar de madrugada e comecei a aparecer na imprensa. Eu não sei por quê. Em 2017 fiz o maior mural a lápis do mundo e alcancei um recorde que ninguém havia superado. Continuei experimentando diferentes materiais, lápis de cor, marcadores. Em 2019, tivemos a ideia de sangue. Fizemos um estágio na Universidad del Valle e percebemos que o sangue iria apodrecer e desaparecer em pouco tempo. Decidi adicionar pigmento para tatuagem e acrônal, para protegê-lo da chuva e manter a cor. Com isso já tínhamos uma fórmula e nesse mesmo ano eu pintei o primeiro mural, que eu realmente gostei.

De onde veio a ideia de pintar com sangue?

Naquele 2019, houve muitas manifestações, marchas, contra muitas injustiças. O que fizemos foi juntar essas situações ao trabalho e gostamos. Continuamos, o coletivo com o qual trabalho e eu, experimentando. Em 2021 tive a sorte de fazer um mural de Luisito Comunica em Siloé. Um influenciador de Cali, El Traveler, visitou minha cidade e falou muito bem dos meus murais. Achei um gesto muito agradável da parte dele e conversamos sobre fazer o mural em Siloé. Concordamos com a possibilidade de o youtuber visitar o site. Chegar lá foi difícil, mas estando lá tudo fluiu muito bem, apesar do fato de haver uma atmosfera muito tensa, principalmente na parte inferior de Siloé. Fizemos a peça e o Luisito chegou lá. Desde então, tudo tem sido maravilhoso. As pessoas conhecem Siloam cada vez melhor. Eles acham que é mais interessante. Recentemente, relativamente, tive essa ideia de sangue, já que Siloé é um lugar constantemente ameaçado pela violência. A intenção dessas obras é transmitir uma mensagem de paz, envolvendo todas as pessoas, famosas ou não, líderes sociais, pessoas comuns. O que queremos é que isso seja conhecido em muitos lugares.

El artista colombiano Julián Castillo. (Luis ROBAYO / AFP)

O que trouxe o fato de que suas obras estão sendo conhecidas em tantos lugares?

Estamos indo muito bem. Ontem, até tive uma entrevista com Antonio García Villarán, que é um crítico de arte muito importante na Espanha. Falamos sobre a possibilidade de converter esses trabalhos em NFTs para promovê-los. A ideia é vendê-los e com o dinheiro arrecadado para poder trabalhar em projetos que nos permitam promover e melhorar a situação em Siloé. A ideia é oferecer um espaço, também, onde as crianças de Siloé possam se reunir para pintar.

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