42 ônibus com 3.000 habitantes da sitiada Mariupol chegaram à cidade de Zaporizhzhia

A operação realizada pelo governo ucraniano foi bem-sucedida, depois de primeiro transportar as pessoas para a cidade de Berdyansk, onde foram recebidas por um comboio humanitário. Uma equipe da Cruz Vermelha teve que adiar sua operação até sábado

Guardar

Vários autocarros com habitantes da cidade ucraniana de Mariupol, sitiados e bombardeados pelas tropas russas, chegaram na noite de sexta-feira a Zaporizhzhia, cidade ucraniana controlada pelo exército de Kiev, segundo jornalistas da agência AFP no local.

De acordo com o presidente Volodymyr Zelensky, um total de cerca de 3.000 pessoas foram resgatadas.

Os ônibus transportavam habitantes de Mariupol que conseguiram chegar à cidade de Berdyansk, ocupada pelas forças russas, onde foram recebidos pelo comboio humanitário, de acordo com moradores e funcionários.

A vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk confirmou a informação em um vídeo no Telegram: “A partir de hoje, enquanto estamos filmando este vídeo, os ônibus já estão a caminho, para levar os habitantes de Mariupol, 42 ônibus, para um lugar seguro”, disse.

“Sabemos o quanto eles esperam para serem salvos. Todos os dias tentaremos de novo e de novo até que eles tenham a oportunidade de deixar a cidade e, acima de tudo, viver em paz”, acrescentou.

Na quinta-feira, Vereshchuk disse que o governo ucraniano começou a enviar 45 ônibus para evacuar civis da cidade portuária depois que a Rússia anunciou uma trégua.

Uma equipe da Cruz Vermelha também estava programada para chegar à cidade nesta sexta-feira, mas o Comitê Internacional da organização ( CICV) informou que o grupo teve que se virar, pois era “impossível” prosseguir com a evacuação.

A organização indicou em comunicado que as condições “impossibilitaram a continuidade” da equipe, composta por três veículos e nove membros da equipe do CRIC, cuja missão era escoltar ônibus com evacuados por um corredor humanitário.

Estima-se que cerca de 160.000 cidadãos vivem sem serviços básicos há mais de um mês em Mariupol, um porto no Mar de Azov que se tornou o principal alvo das tropas russas na Ucrânia devido à sua posição estratégica entre a península da Crimeia e os Dombas.

Para a evacuação bem-sucedida dos cidadãos que desejam deixar Mariupol voluntariamente “é essencial que as partes respeitem os acordos, forneçam as condições necessárias e garantias de segurança”, disse o CICV, enfatizando seu papel tradicional como intermediário neutro no conflito.

Em Mariupol, onde alguns dos ataques que as organizações de direitos humanos denunciam como possíveis crimes de guerra foram perpetrados, a água e os alimentos são escassos há semanas e não há fornecimento de eletricidade ou aquecimento.

Uma tentativa anterior de evacuar a cidade portuária no início de março com a mediação do CICV também falhou, depois que as hostilidades aumentaram na área e a rota para fora da cidade foi interpretada como insegura.

(Com informações da AFP, EFE)

Continue lendo:

Guardar