Nas últimas horas, ficou conhecido, por meio de uma carta, que o governo espanhol não devolverá o tesouro Quimbaya. Consideradas como um bem de interesse cultural, as peças permanecerão sob custódia do Museo de América em Madri. No entanto, qual é o tesouro de Quimbaya? Por que você está na Espanha? Neste artigo, falamos com você sobre a importância disso e as razões pelas quais a Colômbia, há anos, espera recuperá-los.
Esta é uma compilação de itens que consiste em 11 contas de colar, seis capacetes, nove alfinetes de colar, uma coroa, oito alfinetes, três recipientes, cinco sinos, 17 poporos, oito pingentes, dois instrumentos musicais, 21 narizes e 31 protetores de ouvido. Esses objetos pré-colombianos foram cedidos em 1893 à rainha espanhola Maria Cristina, por iniciativa do presidente colombiano Carlos Holguín Mallarino. O presente, naquela época, foi dado como agradecimento pelo papel desempenhado pela coroa espanhola na sentença arbitral nas fronteiras entre a Colômbia e a Venezuela.
“O tesouro foi enviado porque estava próximo, em uma loja de antiguidades que foi deixada pelo Palácio de Nariño. As peças Quindío chegaram e as compraram por US $50.000 do tempo e, foi o que enviaram (...) acabou sendo uma das coleções mais importantes da exposição no Museu da América de Madri”, disse Jaime Lopera, porta-voz da Academia de História de Quindío, em entrevista à Blu Radio.
Em 2017, foi realizada a decisão do Tribunal Constitucional sobre a obrigação de devolver o tesouro à Colômbia. Naqueles dias, em depoimentos coletados pela Caracol Radio, essa ordem foi descrita como uma grande conquista. “Essa é uma batalha que estamos vencendo passo a passo, esperamos ver como o governo enfrentará a decisão de trazer o tesouro de Quimbaya de volta à Colômbia (...) Esta é a prova de que a justiça escuta os cidadãos. Qualificamos isso como a batalha que a formiga venceu contra o elefante”, disse Lopera.
O especialista explicou que, embora o governo colombiano tenha em suas mãos todos os recursos para recuperar as peças, não o fez para evitar prejudicar suas prioridades com o país europeu. “Algumas peças estão em exibição e outras as esconderam. Porque consideram (os espanhóis) que são seus, porque o que é dado não é tirado”, argumentou.
O documento, assinado por Óscar López Águeda, da presidência do governo espanhol, sobre a decisão de não devolver as peças, diz: “Informo que a Espanha continua a oferecer cooperação técnica na Coleção Quimbaya, que foi interrompida pela crise do COVID-19. Sabemos que o Instituto Colombiano de Antropologia e História e o Museu da América de Madri já estão trabalhando com propostas e exposições coerentes. Essa cooperação não impede que seja apropriado recordar a boa-fé demonstrada pela Espanha na posse e preservação da coleção, bem como a pertença da coleção às coleções do Museu da América e seu status de Ativo de Interesse Cultural, o que o impede de ser alienado ou exportado.”
A resposta, embora negativa, não desencoraja os candidatos em sua totalidade, pelo contrário, leva a que novas medidas sejam tomadas para tentar recuperar as peças. “Que eles nos devolvam todas as 122 peças em réplica de ouro, algumas réplicas que podemos exibir aqui”, propôs Jaime Lopera, embora, em seus depoimentos, ele mesmo aceite que é improvável que isso aconteça. “Resumindo, diz que a coleção Quimbaya não é exportada nem alienada. Então, com isso, ele simplesmente e simplesmente bate a porta para as reivindicações dos colombianos”, acrescentou.
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