“Os números do desmatamento na Amazônia são preocupantes e exigem que ajamos imediatamente”: Procurador

A chefe do Ministério Público, Margarita Cabello, pediu ações articuladas para garantir a proteção e restauração das florestas nativas neste ecossistema estratégico

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Vista de un área deforestada en zona rural de Nueva Colombia (Colombia). EFE/Mauricio Dueñas Castañeda/Archivo
Vista de un área deforestada en zona rural de Nueva Colombia (Colombia). EFE/Mauricio Dueñas Castañeda/Archivo

A Procuradoria-Geral da República alertou na quarta-feira que os números do desmatamento na Amazônia colombiana são alarmantes e exigem medidas urgentes para garantir a proteção, conservação e recuperação das florestas nativas ameaçadas por diversas atividades ilegais.

Isso foi alertado pela procuradora-geral da República, Margarita Cabello, no meio da “Mesa Nacional de Combate ao Desmatamento na Região Amazônica”, onde garantiu que, apesar dos esforços institucionais para conter o desmatamento nesse importante ecossistema estratégico, existem inadequações na articulação de medidas pelas instituições do Estado e sua implementação nos territórios.

“A Amazônia colombiana é um tesouro ecológico ameaçado pelo aumento do desmatamento. Os números são preocupantes e nos obrigam a agir imediatamente. Não podemos permitir que nossos filhos estejam vivendo em meio a um cenário de atividades ilegais que diariamente destroem nossos recursos naturais”, disse a promotora durante sua intervenção neste espaço para o qual foram convocadas 30 entidades nacionais e departamentais.

Também divulgou informações fornecidas pelo Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina, que estimou que até junho de 2020, o desmatamento no país totalizou 76,2 mil hectares de florestas nativas e posicionou a Colômbia como o segundo país com o maior registro de perdas florestais primárias na Amazônia, com cerca de 140 mil hectares desmatados, 53 por cento a mais que no ano anterior.

Da mesma forma, ele observou que, de acordo com dados oficiais para aquele ano, a maior área de desmatamento estava localizada na região amazônica, com 63,7 por cento em todo o país, um número que atualmente ultrapassa 70 por cento, e que de acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente, janeiro foi o mês com o maior número de hectares afetados por incêndios nos últimos anos dez anos.

Ela também se referiu à importância de incluir a abordagem dos direitos das mulheres no desenvolvimento de ações voltadas para a redução do desmatamento no país, observando que era uma prioridade entender a importância de fortalecer seu papel como cuidadoras e protetoras do meio ambiente.

Ele também apresentou o relatório “Ações para combater o desmatamento na Amazônia colombiana”, que compilou as medidas do órgão de controle para lidar com esse grave flagelo que atualmente representa um dos maiores problemas ambientais do país resultantes da construção de infraestrutura ilegal, pecuária extensiva, especialmente em Parques Naturais Nacionais (NNPs).

“Este documento deve estar em todas as entidades que, dentro de suas funções e missões, têm o dever constitucional de realizar ações que levem à redução do desmatamento”, concluiu o promotor Cabello.

Os departamentos de Caquetá, Guainía, Meta, Vaupés, Putumayo, Guaviare e Amazônia requerem atenção especial, pois mais de 70% do desmatamento que ocorre em todo o país está concentrado nesses territórios, afetando milhares de hectares de florestas nativas próximas às reservas naturais e levando à perda de biodiversidade irreversível.

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